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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Reflexão: Como me sinto com Baixa Visão


Na Educação Especial, muitos já me perguntaram como é trabalhar com alunos que possuem deficiência. Alguém já me perguntou também se imagino como seria o sentimento de uma mãe de criança com deficiência, o que é para mim impossível descrever com propriedade em palavras, tão profundo sentimento.
Mas hoje eu me deparei pensando em como a pessoa que tem deficiência se sente, e me peguei pensando na minha própria limitação visual.
Por isso, vou tentar descrever um pouco dos meus sentimentos para as pessoas que nunca compartilharam dessa experiência poderem entender um pouco de nossos sentimentos.

Ter baixa visão, mesmo que não seja tão acentuada como a minha, na real é driblar os obstáculos, seguir por caminhos que poucos trilharam, uma vida cheia de dificuldades, anseios, surpresas, mas uma vida também cheia de recompensas, superação, gratidão e amor!
Uma vida onde é necessário descobrir alternativas extras para se alcançar o que deseja, se contentar se não conseguir realizar todas suas vontades, conhecer suas características, limitações, virtudes, acreditar em si mesmo, não se abalar para descrenças em sua pessoa ou no seu potencial, e acreditar mais ainda em Deus que pode conduzir sua vida de forma maravilhosa, por caminhos nunca pensados e/ou planejados!!!
Ter baixa visão não nos faz menores, não nos faz incapazes de sonhar, não deixamos de sonhar, mas cogitamos a mudança de planos, durante a existência, porque muitas vezes por causa da limitação visual, temos que alterar ideias, sonhos. Esta alteração de planos, nem sempre é tão ruim, é apenas diferente, e a gente se adapta, e acaba gostando.
Com certeza, em muitos momentos da minha vida eu tive que ir mais devagar, precisei de algum recurso, de um tempo maior, de algum apoio extra, mas nada que não fosse possível realizar, nada que me fizesse me sentir incapaz.
É certo que enxergar pouco causa dores, frustrações, ansiedade, canseira, mas o melhor é não ficar me lamentando, em luto, como quando não pude tirar carteira, por exemplo.
Penso que se eu me lamentar e viver sofrendo por isso, não terei o prazer de aproveitar tão belas coisas deste mundo, que são possíveis sem ter a visão plena, coisas fascinantes e especiais que todos independentes de qualquer limitação, podemos usufruir, durante nossa estadia, como peregrinos nesta terra.