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quarta-feira, 24 de julho de 2019

TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NO AUTISMO


1--    COMPREENSÃO SOCIAL
A dificuldade de interpretar aspectos não verbais da comunicação (não lê nas entrelinhas), por isso preferem animais (entendem o que eles comunicam) e de perceber as emoções  (compreender e expressar suas emoções) prejudicam a compreensão de situações sociais. EXEMPLOS: “ MORRI   DE    RIR”..., SENTIMENTOS DAS PESSOAS ( RAIVA,  IRONIAS, EXTREMA SINCERIDADE (incapaz de mentir) E FALTA DE NOÇÃO DO USO DAS PALAVRAS)
 SUGESTÕES: O uso de material visual (fotografias e desenhos) para ensinar a identificar emoções nas expressões faciais, de vídeos para ilustrar crenças (falsas) dos demais e de desenhos com “bolhas de pensamentos” e histórias em quadrinhos para nomear pensamentos e emoções dos outros. Simulações de situações com dramatizações, explicações detalhadas,  vídeos com animações, piadas, charges,  fábulas, pequenos contos personalizados, etc.
 O script social (descrição detalhada e sequencial de comportamentos a serem seguidos numa determinada situação) podem diminuir alguns erros e conflitos e amenizar a ansiedade antecipatória causada pela situação social nova.

   2-    COMUNICAÇÃO
O autista, em uma situação de comunicação, não diferencia entre transmitir informação a outra pessoa e trocar informação com o outro. Assim, o treino de habilidades de conversação deve ser explícito, intensivo e com ensinamento da ordem adequada para cada passo a ser seguido. Para isso, usam-se técnicas de modelagem e role-play (encenação, entrar no lugar do personagem), com roteiros e instruções diretas. Esse treino pode ser feito em grupo ou individualmente. inclusive com filmagem, para que as interações possam ser estudadas, reforçadas ou melhoradas.
As principais habilidades a serem treinadas são estratégias para iniciar e terminar conversas, selecionar tópicos adequados à situação social, aprender a esperar a sua vez para falar e fazer perguntas relevantes. deve ser instruído de forma explícita sobre os comportamentos que deve adotar, tais como: olhar para quem está lhe dirigindo a palavra, observar o tom da voz, sua postura corporal e até o sorriso social.

3-     FLEXIBILIDADE COGNITIVA
A falta de flexibilidade cognitiva, a capacidade limitada de interpretar corretamente as emoções e intenções alheias, o baixo conhecimento das regras e expectativas sociais e a dificuldade de lidar com novidades e mudanças e situações inesperadas contribuem para o aparecimento de comportamentos agressivos e inadequados.( cumprir rotinas traz tranqüilidade ao autista- o mundo é um excesso de informações) Portanto, é necessário que o aprendizado do autocontrole e a prevenção de comportamentos disruptivos sejam associados ao incremento das habilidades sociais. Entre as estratégias ambientais sugeridas estão o estabelecimento de rotinas e a estruturação do ambiente e dos contextos sociais. A técnica de time-out, na qual a criança agitada e agressiva permanece por um tempo em um ambiente sem estímulo, para que haja redução dos componentes reforçadores do comportamento e ativação fisiológica é antiga mas  a estratégia é eficaz.

4-    INTERESSES RESTRITOS
A abordagem não deve ter como objetivo a supressão dos interesses obsessivos, que são importante fonte de prazer e ocupação para alguns desses alunos – inclusive, com frequência, eles se sentem orgulhosos e respeitados pelo conhecimento profundo que têm sobre um determinado tema estimulando a prática de conversas e a expansão dos interesses e repertórios.
Sugestão: Trabalhar sequência de passos para a modificação de comportamentos repetitivos em crianças e adolescentes que inclui o estabelecimento explícito de regras sobre os locais, a frequência e a intensidade com que as condutas e os temas podem ser manifestados.  

Trabalhar  um sistema de reforço da mudança, usando economia de fichas, para manter o aluno motivado.

PROCEDIMENTOS:
1.    Anamnese,
2.    definição dos objetivos,
3.    definição do comportamento-alvo,
4.    escolha das fichas,
5.    identificação dos reforçadores,
6.    definição dos critérios de troca entre fichas e reforçadores,
7.    avaliação dos resultados,
8.    Engenharia comportamental (mudanças ambientais para emissão do comportamento)
9.    término do programa.

O Sistema de Fichas é uma técnica muito útil, podendo ser aplicada em qualquer pessoa e ser utilizada em vários ambientes, incluindo a casa do sujeito, escola e outras instituições. Destaca-se também que essa técnica é muito útil para modelar novos comportamentos no sujeito, para aumentar a frequência de comportamentos desejáveis e diminuir a frequência dos comportamentos indesejáveis presentes no repertorio do sujeito.


Passos para a economia de fichas: 
(motivação para realizar tarefas)

-Verifica-se os comportamentos indesejados e os desejados;
-Junto com o professor e coordenador pedagógico, responsável pelo aluno, o aluno vai classificar e pontuar qual o comportamento mais fácil , qual o mais difícil para ele realizar, de acordo com sua dificuldade e pontuar cada um deles. Por exemplo: ficar sentado durante a aula de matemática vale 10 pontos (qto mais difícil a atividade para ele, mais pontos o aluno ganha).
Faz a tabela com os comportamentos desejados e o aluno vai colocando a pontuação que conseguiu todo dia.
Escolha das recompensas, onde o aluno vai selecionar junto com o professor alguns prêmios pelos quais ele gostaria  de trocar as suas fichas ( exemplos: ficar 1 h a mais no computador, etc. qto mais interessante o prêmio, mais pontos ele precisa).
Soma-se os pontos e vê quantos pontos o aluno conseguiu e discute com ele em qual recompensa ou prêmio ele quer trocar

  5-    AMIZADES:
Para abordar a formação de amizades, faz-se necessário avaliar a idade e o desenvolvimento individual do aluno. Crianças mais novas podem precisar aprender a compartilhar brinquedos, respeitar regras básicas dos jogos e esperar sua vez. Essas habilidades precisam ser ensinadas de forma explícita e reforçadas e praticadas. Muitas vezes, as crianças são orientadas a observar e a imitar outras crianças até terem aprendido os comportamentos adequados.
 Em crianças um pouco mais velhas ou que já tenham aprendido a brincar de forma cooperativa, o foco pode ser a necessidade de participar e ser aceito pelos seus pares. Pode ser útil estimular que participem de atividades com crianças do mesmo sexo e idade e ensinar como podem entrar na brincadeira. Para que haja maior sucesso, essas crianças precisam ser previamente familiarizadas com as atividades preferidas do grupo, tais como jogos de computador e filmes. Os pais, que têm papel fundamental na aquisição dessas habilidades e conhecimentos, precisam ser instruídos e orientados a participar ativamente.

Sugestões de estudo:



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