CRÉDITOS DA IMAGEM; http://www.deficienciavisual.pt/txt-alfabetizacao_alunos_bv_significativa.htm
Baixa visão: é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados tais como: baixa acuidade visual significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes que interferem ou limitam o desempenho visual do indivíduo.
Dizemos
que uma pessoa tem baixa visão quando apresenta 30% ou menos de
visão no melhor olho, após todos os procedimentos clínicos,
cirúrgicos e correção com óculos comuns.
Essas
pessoas apresentam dificuldades de ver detalhes no dia a dia. Por
exemplo, vêem as pessoas mas não reconhecem a feição; enxergam a
lousa, porém, não identificam as palavras; no ponto de ônibus, não
reconhecem os letreiros...
O
trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de
estimular e/ou treinar a utilização plena do potencial de visão e
dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e
conflitos emocionais e dificuldades no processo ensino aprendizagem
decorrentes do problema visual.
Conhecer
o desenvolvimento global do aluno, o diagnóstico, a avaliação
funcional da visão, o contexto familiar e social, bem como as
alternativas e os recursos disponíveis, facilitam o planejamento de
atividades e a organização do trabalho pedagógico.
Nas
perdas visuais profundas, geralmente com acuidade visual menor que
0.04, a distância para leitura se torna muito reduzida, lenta e
cansativa, portanto, os alunos poderão se beneficiar os recursos
ópticos especiais, de recursos específicos (lupas de apoio,
telelupa, material com caracteres ampliados, etc.), capazes de
maximizar a eficácia de seu resíduo visual e o treino de visão(SÁ
E SIMÃO, 2010), que têm como finalidade um uso mais eficiente das
competências visuais distinguindo-se assim dos programas de
estimulação da visão, cujo objetivo é promover o desenvolvimento
do sistema visual ativando as estruturas visuais neurológicas (Kinds
e Moonen, 2002).
As
modificações ambientais também são muito importantes, melhorando
a função visual através do controle e iluminação da transmissão
e da reflexão da luz e do aumento do contraste, modificação dos
materiais, ampliação da imagem, sistemas de vídeomagnificação e
dos computadores, utilização de acessórios para melhorar o
conforto físico e o desempenho das tarefas do dia a dia
O
indivíduo que possui resíduo visual mas não consegue independência
para a escrita em tinta, precisa primeiramente estimular todos os
órgãos dos sentidos, principalmente a percepção tátil, para
posteriormente conseguir identificar e aprender os pontos do Braille.
Essas
dificuldades são encontradas pela pessoa que está aprendendo o
Sistema Braille, pois conforme Sá e Simão (2010, p. 50) “A
compreensão do Código Braille envolve um conjunto de conhecimentos
e a apropriação de conceitos espaciais e numéricos, discriminação
tátil, destreza de manipulação e coordenação motora, dentre
outros.”
Para
dar inicío à construção da alfabetização em Braille, é
preciso que esse alfabetizando passe por uma estimulação visual
onde “aprenderá a ver” a partir de diferentes tarefas cognitivas
e sensoriais, para tdesenvolver
possibilidades sensoriais, representativas,ais como;
·
Tomar consciência de seus diferentes sentidos,
·
Preparação para formas,
·
Discriminação e reconhecimento de diferentes relevos,
·
Memória e organização “visual”.
.
Utilização de recursos
multisensoriais, com alto contraste, texturas e alto relevo ;
Importante
a adaptação de
materiais pedagógicos e jogos que favoreçam o desenvolvimento das
funções visuais, táteis cinestésicas, motoras e cognitivas, como
por exemplo jogos de pareamento, memória, dominó de letras e
números, loto etc... com letras tridimensionais do alfabeto, com
alto contraste e codificadas com símbolo Braille.
Assim
que receba o prognóstico, a pessoa com baixa visão deve receber
atendimento psicológico e professor especializado,
em parceria com a família, que também deverá receber atendimento
psicológico, pois o fato da futura cegueira acarretará problemas
emocionais , a perda das habilidades e hábitos já aprendidos e
automatizados e isso produzirá uma redução das ações que
automaticamente ela realiza (KASTRUP, 2007, p. 70).
Importante
que sejam avaliadas as funções visuais dos alunos, pesquisadas e
oferecidas todas as oportunidades que favoreçam o desempenho visual,
e caso não consiga melhora no seu desempenho, ai sim levar o aluno a
utilizar o Braille, mas o mesmo não pode ser a única forma de
acesso à leitura e escrita.
Em
casos de prognóstico oftalmológico complexos e ambíguos ou
desfavoráveis, em que a pessoa poderá ficar cega, não existe
qualquer inconveniente em promover o treino visual para melhorar sua
qualidade de visão e o aprendizado do Braille em conjunto. Após o
aprendizado do Braille, a pessoa poderá optar qual sistema (Braille
ou escrita em português) utilizará, prioritariamente, no seu
cotidiano.
A
perda da visão na infância, na adolescência ou na fase adulta ou
senil é chamada de cegueira adventícia. As principais causas estão
relacionadas a doenças infecciosas, e a traumas oculares.
Ter
baixa visão é um fato que incomoda, mas saber que vai
perder as competências
básicas, que terá dificuldades em se vestir, se alimentar, se
locomover, de se desviar de obstáculos, de se apresentar de forma
socialmente aceitável, ter que aprender o Braille, dificultará
ainda mais a aceitação.
Mas é um fato que a pessoa deverá saber e antes que venha a
cegueira estar preparada para enfrentá-la . O
indivíduo que sabe que perderá a visão na fase adulta ou senil,
tem os conceitos e abstrações formadas, tem uma memória visual,
construiu conceitos a partir de experiências visuais, enquanto era
vidente e alfabetizou-se em tinta (Língua Portuguesa). Mesmo assim,
ela deverá contar com o apoio da professora especializada para já
aprender a usar a bengala , aprender a orientar-se em termos
espaciais, aprender a escolher pontos de referência, aprender a
utilizar os sentidos como o olfato e paladar, audição e o tato,
pois isso será muito importante para substituição da visão. E
quando acontecer da cegueira chegar, a pessoa estará mais segura,
com menos pânico, para conviver no meio familiar e no espaço
exterior. Para Vygotski
(1997) o principal conflito enfrentado pela pessoa com cegueira é a
(re) inserção social.
Esse
aprendizado do Braille deve acontecer o mais breve cedo possível,
iniciando com atividades preparatórias, o alfabeto, sílabas, e
ir aumentando gradualmente para palavras, frases e finalmente textos.
Desta forma, o aluno com baixa visão terá melhores condições de
inclusão social, de acesso aos bens culturais disponíveis na
sociedade e de usufruir de seus direitos enquanto cidadão.
Fontes:
http://www.deficienciavisual.pt/txt-alfabetizacao_alunos_bv_significativa.htm, acessado em 14/06/2019, ás 2301 h
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