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quinta-feira, 20 de junho de 2019

TOD- SINTOMAS E COMO TRABALHAR PARA OBTER RESULTADOS


TOD – Sintomas?
Os sintomas aparecem em varias circunstâncias, contudo, sua repetição ocorre em casa e no contexto escolar.  Dentre os sintomas destacam-se:
·         Perda da paciência;
·         Acessos de raiva;
·         Baixa autoestima;
·         Baixa tolerância a frustrações;
·         Discussões excessivas com adultos;
·         Recusa em obedecer a solicitações ou regras;
·         Comportamento de indisciplina, desafiador, opositor;
·         Irritação excessivamente;
·         Ou provocações às pessoas.

·         Sintomas na Escola:
·         Dificuldade interpessoal;
·         Desempenho escolar comprometido;
·         Dificuldade em realizar tarefas em grupo;
·         Não aceita ou pede ajuda dos professores;
·         Discute com professores e colegas;
·         Apresenta agressividade com colegas de classe;
·         Recusa trabalhar em grupo;
·         Não faz atividades escolares;
·         Não aceita criticas;
·         Desafia autoridade professores, coordenadores e demais educadores;
·         Deseja tudo do seu jeito;
·         Apresenta comportamento de “pavio curto” ou “esquentado” em sala de aula;
·         Não assume responsabilidade para si, acusa os outros por seu comportamento hostil.

A participação dos pais no processo terapêutico é fator essencial para uma terapia bem sucedida, pois grande parte das contingências às quais a criança está exposta é composta por relações com os pais e familiares. As circunstâncias facilitadoras são atividades diárias com horário definido, passeios, atividades compartilhadas com os pais no lar, oferta de brinquedos e outros materiais e supervisão dos pais nas atividades escolares e em atividades quando a criança não está na escola.

Os pais que utilizam o castigo físico como meio de interromper ocomportamento agressivo de uma criança podem reduzir a frequência ou intensidade do mesmo, no momento em que o castigo é imposto; no entanto, oferecem também um modelo agressivo à criança (Bandura, Ross, & Ross, 1961, citados por Regra, 2000b). Sidman (1989/2003) aponta dois efeitos colaterais da punição: a agressão e o contracontrole. O comportamento agressivo pode ser induzido por punição, já que o indivíduo que teve seu comportamento punido encontra, na oportunidade de atacar, um reforçador positivo. Esta agressão pode ser direcionada a quem puniu ou a outro indivíduo próximo que não foi, de forma alguma, responsável pela punição. Outro efeito é o contracontrole; o indivíduo cujo comportamento foi punido encontra uma forma de controlar quem o puniu, este controle pode ou não envolver agressão aberta: uma criança pode adoecer, vomitar, ficar inquieta coagindo os pais a disponibilizarem atenção, entre outras possibilidades.
Os pais devem ser orientados  em relação ao papel do reforço sobre o comportamento da criança;  reforçar comportamentos adequados e ignorar os inadequados; enfatizar a necessidade de aumentar substancialmente a freqüência de reforços e de atenção aos comportamentos socialmente adequados e de adesão da criança.
Orientar os pais a prestarem atenção nas brincadeiras e comportamentos adequados, fornecer comandos diretos e aumentar a freqüência de reforço para comportamentos adequados; treinar na utilização de comandos diretos: Ex: substituir questões como “Por que você não guarda seus brinquedos?” por comandos diretos como “Guarde seus brinquedos na caixa”; Treinar para o fornecimento de atenção positiva freqüente e sistemática quando a criança engajar-se em atividades adequadas enquanto os pais realizam outras atividades.
Orientações para Auxiliar as Tarefas Diárias
1. Ouvir e respeitar a opinião da criança em relação a local e horário preferidos para a realização das tarefas escolares e para o estudo; se o local inicialmente escolhido for inadequado, incentivar gradualmente mudanças na direção desejada.
 2. Alternar estudo e tarefas escolares com outras atividades, como assistir televisão e brincar.
3. Respeitar limites de tempo de concentração da criança, não exigindo além do que esta pode realizar.
4. Auxiliar no planejamento de tarefas que exigem maior tempo de concentração (ex. dividir livro em capítulos, lendo um ou dois de cada vez).
5. Planejar a realização de tarefas escolares de forma a não coincidir com atividades prazerosas para a criança (ex. fazer tarefa em horário diferente do horário do programa de televisão favorito).
6. Treinar sempre, repetidamente dia após dia, o aluno deve aprender a reavaliar e mudar seu plano inicial, é uma das tarefas mais importantes que os pais podem fazer para ajudar.
7. Reforçar a criança a cada passo do planejamento executado com sucesso; aumentar gradualmente o nível de desempenho exigido para a liberação do reforço.
Trabalhar habilidades sociais em crianças, apontam, a partir da revisão da literatura, uma diversidade de habilidades sociais infantis:
1) habilidades de relacionamentos com pares (cumprimentar, elogiar, oferecer ajuda, convidar os colegas para brincar etc);
2) habilidades de autocontrole (controlar humor, negociar, lidar com críticas etc) ;
3) habilidades acadêmicas (tirar dúvidas, seguir as orientações do professor, saber trabalhar de forma independente, etc);
4) habilidades de ajustamento (seguir regras e instruções, usar tempo livre de forma apropriada, atender a pedidos, etc);
5) habilidades assertivas (iniciar conversação, aceitar convites, responder cumprimentos etc), entre outras.
 Maneiras de iniciar conversação: • Fazer uma pergunta ou comentário sobre a situação que se queira abordar. Ex.: “O que você está fazendo?” - ou um comentário - “Você terminou sua tarefa? Que bom, assim você pode brincar sem se preocupar.” • Cumprimentar o aluno por algum tipo de comportamento ou pela sua aparência. Ex.: “Nossa, você me ajudou direitinho a apagar a lousa! Que bom!” ou “Que bom que você arrumou sua mesa e seu material!” (sem tom de ironia); ou ainda “Que bom que você já sabe fazer isso sozinho!” • Fazer uma observação ou pergunta casual sobre o que ele está fazendo. Ex.: “O que você está fazendo?” ou “Você está fazendo a tarefa?” • Perguntar a seu aluno se você pode ficar junto enquanto ele realiza uma tarefa difícil. Ex.: “Posso ficar sentado(a) aqui, vendo você desenhar?” • Pedir ajuda, conselho, opinião ou informação. Ex.: “Você pode me ajudar a apagar a lousa?” • Fazer algo pelo seu aluno. Ex.: “Hoje eu trouxe um brinquedo novo para utilizarmos na aula” • Compartilhar com seus alunos experiências, sentimentos e opiniões pessoais. Ex.: “Eu sei que você tem dificuldade com a matemática. Quando tinha sua idade, eu era como você, porém, estudando bastante, em pouco tempo, eu não tive mais problemas.” • Saudar. Ex.: “Oi, você está bem?” Para que esse diálogo seja efetivo deve-se prestar atenção, não só ao que falamos, mas também em como está nossa postura frente ao aluno no momento da conversa. Por exemplo, é necessário olhar para ele enquanto você estiver falando, mostrar-se interessado, manter-se próximo e inclinado em sua direção e sorrir. Agora, para manter o diálogo, podem-se abordar os seguintes temas: • discutir sentimentos, suposições ou impressões; • compartilhar pensamentos e opiniões sobre certo tema; • compartilhar informação objetiva sobre um tema; • compartilhar fantasias, sonhos, metas, desejos; • compartilhar atividades recentes; • compartilhar atividades passadas; • compartilhar acontecimentos engraçados, contar histórias divertidas, rir de si mesmo.
• Quando acontecer alguma conversa agradável com seu aluno, exponha a ele sua satisfação, dizendo, por exemplo: “Foi bom conversar com você.” Isso aumenta as chances desse momento acontecer mais vezes. • Quando estamos conversando com nossos alunos e precisamos parar para fazer outra coisa, é importante explicar o porquê, dizendo, por exemplo: “Desculpe, mas eu preciso voltar a explicar o ponto. Mais tarde a gente conversa, tá bom?” Nesse caso, não se esqueça de procurar o aluno depois. Os professores poderão começar essa tarefa dando exemplos de comportamento aos alunos, uma vez que eles aprendem também pela observação dos adultos . Quando os professores elogiam os comportamentos das crianças, concomitantemente, trazem ganhos a ambos e essa atitude aumenta as chances de se repetir, futuramente, trazendo novos ganhos.. Além disso, o elogio aumenta a auto-estima do aluno, deixando-o seguro para realizar outros comportamentos adequados e relacionar-se com as pessoas. É importante também dizer aos alunos por que determinado comportamento foi elogiado, descrevendo o que há de bom, por exemplo, “Parabéns, você fez toda a tarefa com cuidado, atentando para as pontuações” A essa habilidade dá-se o nome de feedback positivo.para outras pessoas. Para expressarmos discordância, é necessário ouvir a opinião do outro, prestar atenção ao conteúdo da fala do interlocutor, identificar quais são os pontos em que pensamos diferente, assim como identificar quais são os pontos em que pensamos de maneira semelhante. Essas dicas aumentam a chance de o outro aceitar nossas opiniões. Quando achamos que o nosso aluno não deve fazer determinada coisa e mencionamos apenas NÃO, essa resposta não será efetiva para ele, pois não estaremos expressando nossa opinião, mas impondo nossa vontade. Além do NÃO, precisamos argumentar o porquê daquela resposta. É necessário lidar com as divergências, sem deixar de lado os princípios do direito à liberdade de expressão e do respeito às diferentes opiniões. Não se trata de convencer o outro ou desqualificá-lo, mas de apresentar as idéias sustentando-as, sempre que possível, com fatos, acontecimentos e referências, dando a ele a oportunidade de fazer o mesmo.
Fazer pedidos Você poderá fazer pedidos aos seus alunos, de forma a deixar claro o que espera deles. Ex.:“Pessoal, ao terminarem a tarefa com giz de cera, por favor, guardem tudo na caixa!” Importante: não se esqueçam de ELOGIAR e AGRADECER, se seus alunos fizerem o que você pediu. Pode acontecer deles não entenderem o pedido feito Neste caso, é preciso REPETI-LO, uma ou mais vezes, de forma clara, para que ele possa entender. Caso um deles se RECUSE, não devemos apelar fazendo insultos e/ou ameaças, pois, assim, o aluno não estaria atendendo ao pedido de boa vontade e, sim, porque se sentiu obrigado a fazê-lo, o que pode prejudicar a interação entre alunos e professores. É possível negociar nessas situações. Recomendações para a habilidade de fazer pedidos: a) ser direto; b) não se desculpar e, sim, justificar-se; c) não dar uma resposta negativa de forma pessoal; d) estar preparado para ouvir tanto um “não” como um “sim” e respeitar o direito da outra pessoa dizê-lo.
Recusar pedido Recusar pedidos significa dizer “não” a nossos alunos, quando é necessário, de forma a não se sentir mal por fazê-lo. Não se deve esquecer de dar justificativas verdadeiras para a recusa. Isso não significa dizer NÃO para tudo o que seus alunos façam, pois eles precisam ser estimulados a se comportarem, fato que ajuda promover o desenvolvimento social e acadêmico. É importante dizer não para comportamentos que podem colocar em risco a saúde de seus alunos, como brincar com objetos cortantes, por exemplo, e também para aqueles que trazem prejuízos interpessoais, como os comportamentos externalizantes que vimos no módulo 1. As recusas apropriadas devem ser acompanhadas de razões e nunca de “desculpas”.Ex.:“Não posso conversar com você agora porque é hora da tarefa. No intervalo poderemos conversar.” É uma forma de dizer “não” acompanhada de razões. Recusar pedidos acompanhados de desculpas seria, por exemplo: “Não posso conversar com você agora porque não é lugar de conversar. Basta estudar!” Não se deve mentir para a criança, inventando desculpas. Sempre diga a verdade, pois assim ela compreenderá melhor a recusa e não ficará com raiva de você. Quando o aluno nos faz pedidos abusivos, é preciso ainda mais firmeza ao dizer “não”, pois, caso contrário, ele poderá achar que pode fazer tudo, até o que é abusivo e o professor sentir-se explorado . Isto não é bom para a relação entre professor e aluno, pois nenhum dos dois deverá sentir-se explorado. A interação deve ser igualitária e recíproca. Lidar com críticas Outra habilidade não menos importante é a de lidar com críticas (fazer e receber), pois podemos ser criticados por nossos alunos. Ela se fundamenta nos seguintes critérios: a) veracidade (trata-se de um fato ou de percepção sobre um fato?); b) forma (a crítica foi feita de maneira apropriada?); c) ocasião (o momento foi o melhor?); d) objetivo (trata-se de um desabafo ou de uma tentativa de produzir uma mudança?).
Crítica não verdadeira . Se ela não for verdadeira, deve ser rejeitada, esclarecendo o interlocutor. As retaliações do tipo “Mas você também fez isso e aquilo...” embora muito comuns, na maioria das vezes, não surtem o efeito pretendido e podem até incentivar o interlocutor a mencionar outras coisas desagradáveis, alimentando uma discussão inútil e, às vezes, desrespeitosa de ambos os lados. Ao invés de retaliar, deve-se discordar firmemente do interlocutor e dar exemplos de seus equívocos, esperando que este modifique sua posição. Lidar com críticas falsas também envolve a habilidade de expressar desacordo pelo olhar desaprovador e a expressão facial de desagrado.
Admitir erros e pedir desculpas Para lembrar, admitir erros e pedir desculpas não é sinal de fraqueza ou de inferioridade. Pelo contrário, é desfazer mal-entendidos, diminuir ressentimentos e superar as dificuldades em um relacionamento ou situação social. Essa habilidade define-se pelo ato simples de desculpar-se. Ex.: “Peço-lhe desculpas pelo que fi.z”, ou “Espero que você me desculpe pelo que eu disse ontem.” Não necessariamente, inclui uma justificativa do erro..Ex.: “Fiz isso porque você também havia feito tal coisa.” Muitas vezes também, não é recomendável a promessa de mudança, como: “Desculpe-me, nunca mais farei isso!” Melhor do que prometer com palavras, é demonstrar com atos aquilo que você deseja mudar. ATENÇÃO: Tudo o que vimos discutindo poderá ser utilizado em todas as situações sociais e não apenas com nossos alunos.
Estabelecer regras: Nós devemos expor regras curtas e claras, isto é, falar com os alunos usando palavras que eles entendam. Devemos aplicar uma regra de cada vez, com frases curtas. Devemos cobrar regras que eles sejam capazes de cumprir, dizendo de forma, calma, não autoritária e, elogiando, agradando, agradecendo, cada vez que fizerem o que pedimos, pois assim eles sentir-se-ão recompensados por estarem cumprindo as regras. MAS NÃO SE ESQUEÇAM DE GARANTIR SEMPRE OS DIREITOS DOS ALUNOS. NÃO DEVEMOS UTILIZAR ESSAS INFORMAÇÕES PARA MANIPULAR
Porque será que os alunos não seguem regras? Poderemos pensar em algumas alternativas:
a) A linguagem pode ser muito complicada. Precisamos adequar nossa fala, de forma que o aluno seja capaz de entender, afinal, nós não falamos com a criança, o adolescente ou o adulto da mesma forma;
b) Se dermos muitas regras juntas, o aluno, quando muito, lembrar-se-á de apenas uma;
c) Às vezes, não valorizamos quando ele obedece, achando que é sua obrigação. . Essas são apenas algumas hipóteses, mas é preciso ficar atento a elas. Ao colocar regras, os professores precisam pedir tarefas que os alunos sejam capazes de cumprir conforme suas idades e habilidades. Com o tempo, as regras podem ser mais freqüentes e em maior número. Se a regra não for cumprida, podemos conversar e verificar o porquê do não cumprimento, repetindo –a quando necessário. Assim, poderemos começar com uma regra, por exemplo, guardar o material e, então, sempre elogiar quando o aluno a cumprir. Caso ele não obedeça, você poderá conversar, perguntando o que aconteceu, se tem alguma dificuldade. Às vezes, é importante, inclusive, mostrar como se faz e pedir que o aluno a execute, elogiá-lo e mostrar como ficou bonito depois de pronta. Quando ele já realizar a tarefa como parte da rotina, você poderá estabelecer uma nova regra e proceder da mesma forma novamente. De preferência essas regras devem ser estabelecidas a partir do diálogo e negociação com o aluno; para tanto, precisamos também ouvir as opiniões deles e ceder quando necessário. E lembrem-se, precisamos ser consistentes quanto a esta regra.
Como estabelecer regras • devem ser curtas, enunciadas positivamente, e fáceis de serem lembradas; • devem especificar um comportamento e uma conseqüência; • ser enunciadas de modo que possam ser facilmente cumpridas;
Como usar regras • estabeleça novas regras, uma de cada vez; • quando uma regra for desobedecida, peça à criança que verbalize a regra que desobedeceu; faça com que, se possível, o comportamento seja repetido de maneira correta; • use lembretes para ensinar as regras e depois os retire pouco a pouco; • ignore protestos sobre as regras quando estiver certo de que elas são justas.
Consistência : Temos de ser consistentes em nossas atitudes, isto é, deixar claros quais comportamentos precisam de limites e quais são as regras estabelecidas e, então, sempre agir da mesma forma. Por exemplo, se a regra é guardar o material após o uso, constantemente exigir seu cumprimento, caso contrário, o aluno poderá deixar de segui-la
Feedback negativo e sentimentos negativos: Assim como o feedback positivo, o negativo é uma descrição verbal ou escrita sobre o desempenho de uma pessoa, porém com alteração no conteúdo da descrição. Imagine que seu aluno tenha feito algo que o aborreceu muito. A forma de nos expressar poderá ocorrer de vários modos: brigar, gritar ou dizer que não gostamos de algo. Por exemplo, se nossos alunos expressam uma opinião contrária à nossa, talvez identifiquemos tal comportamento como “errado” e que precise de limite. É necessário: Solicitar mudança de comportamento: é preciso identificar qual é o comportamento que nos desagradou. Devemos também reconhecer quais os sentimentos negativos que esse comportamento nos causou. Quando esses dois aspectos são identificados (comportamento inadequado e sentimentos negativos), aumentam as chances de que haja menos descontrole emocional e de que consigamos expressar nossos sentimentos por meio de conversas adequadas e não brigando ou gritando. Para que haja o reconhecimento de uma expressão de sentimentos negativos de forma adequada, é preciso saber, também, quais mudanças gostaríamos que acontecessem no comportamento da outra pessoa e quais seriam as possíveis conseqüências positivas e negativas dessas mudanças. Depois de considerados os aspectos citados acima, devemos seguir os quatro passos abaixo:
Feedback negativo: Sentimentos negativos Solicitar mudança de comportamento Fazer críticas
Passo 1. Descrever objetivamente o comportamento que nos desagradou, dizendo o que o aluno fez ou disse, o momento e lugar em que isso aconteceu e a freqüência com que esse comportamento tem ocorrido. Alguns começos de frases típicos desse passo são: “Quando você...”, “Quando eu...”. Ex.: “Quando você não copia a lição...
Ao invés de dizer “Você é uma criança má...”, deve-se dizer, por exemplo, “(Nome do aluno), o que você fez foi ruim...” e explicar por que, sempre atentando para o que realmente pode prejudicar o aprendizado e/ou a interação da criança, isto é, o desenvolvimento social, acadêmico, físico etc. Você poderá dizer ao seu aluno que não gostou do que ele fez, mas precisa procurar não atacar a personalidade da criança e falar de forma tranqüila, controlando suas emoções.
Passo 2. Expressar, de forma positiva, os sentimentos ou pensamentos que o comportamento inadequado do seu aluno gerou em você. Para isso, podemos começar as frases dizendo, “Me sinto...”, “Penso...”, entre outras.Ex.: “Me sinto mal...”, “Fico triste porque...”, ao invés de “Não gosto...”, “Não me sinto bem...”, etc. Passo 3. Especificar, de forma concreta, o que quer que seu aluno mude em seu comportamento. Peça, a cada vez, um ou dois comportamentos que não sejam muito grandes. Você deverá considerar se o seu aluno não vai sofrer grandes perdas por fazer o que você quer que ele faça. É importante perguntar se ele está de acordo e especificar, se for necessário, qual comportamento ele está disposto a mudar para chegar a um acordo. Alguns começos de frases típicos para esse passo são: “Preferiria...”, “Queria...”, “Eu gostaria...”.Ex.:“Eu gostaria que a gente chegasse a um acordo, de forma que tanto eu como você ficássemos bem. Se você quer brincar no pátio, tudo bem, mas eu gostaria que você, ao terminar a lição viesse me ajudar, ao invés de conversar com seus colegas”. Fazendo isso estaremos negociando e, negociar implica em ambos cederem em algo.
Passo 4. Dizer as conseqüências positivas que ocorrerão caso seu aluno realmente mude de comportamento. Ex.:“.Dessa forma nós ficamos bem. Eu não vou me aborrecer por você prejudicar a tarefa dos seus colegas e ainda consigo sua ajuda para apagar a lousa, por exemplo, e, por outro lado, você também ficará contente porque estará me ajudando. Logo depois, no intervalo, você poderá conversar e brincar com seus amigos.” No caso de ser necessário (e apenas nesse caso), diga a ele quais conseqüências negativas ocorrerão se ele não mudar.
Exemplo da aplicação de todos os passos: Passo 1 (Descrever o comportamento que o desagrada): “Quando você não copia a lição...” Passo 2 (Expressar os sentimentos negativos): “Me sinto mal, fico triste porque agindo assim eu sei que você vai ter dificuldade em aprender ...” Passo 3 (Especificar o que você gostaria que mudasse): “Eu gostaria que a gente chegasse a um acordo, de forma que, tanto eu como você ficássemos bem. Se você está com dificuldades na tarefa, me diga o que você não está entendendo. Eu posso ajudá-lo, mas eu realmente ficarei muito contente se você fizer a tarefa ...” Passo 4 (Conseqüências da mudança do comportamento): “Desta forma nós ficamos bem porque você vai aprender várias coisas e eu ficarei contente porque estarei ajudando-o a aprender”. Fazer críticas Fazer críticas de maneira adequada é uma habilidade bastante difícil de ser exercitada e não se confunde com o desabafo, a ofensa, a retaliação e a acusação. Trata-se de uma habilidade que requer alguns cuidados, tais como: a) dirigir-se diretamente à pessoa, excluindo aquelas que não estão diretamente envolvidas com a situação; b) referir-se ao comportamento e não à pessoa em si (O que você fez – assim, assim – é reprovável..., ao invés de “Você é uma pessoa reprovável e má!”); c) controlar a emoção excessiva, evitando o tom de desabafo; d) adequar-se à situação e às condições do receptor (fazer a crítica em particular e com o cuidado de não provocar excessivo desconforto). Uma estratégia adequada para fazer crítica tem sido denominada de “técnica do sanduíche” que consiste, resumidamente, em iniciar a crítica apontando alguma coisa positiva do comportamento do aluno, em seguida, referir-se a algo negativo e encerrar com nova referência positiva.Ex.: “Você fez a tarefa hoje, fico contente, mas nessa lição você parece ter tido dificuldade, vou ajudá-lo e da próxima vez você conseguirá fazer tudo!”, ou “Este resumo está muito bom, poderia ser um pouco mais curto, mas está muito bom”. Não queremos com isso parecer bajuladores ou falsos, a idéia é prestar atenção também às coisas boas que os nossos alunos fazem e fazer menção a isso, pois, em geral, somos ótimos em identificar o que está ruim e não prestamos muita atenção aos aspectos positivos.
Ignorar comportamentos Alguns comportamentos de menor importância podem ser IGNORADOS, como por exemplo, birras. Claro que, às vezes, temos dificuldade em ignorar os comportamentos perturbadores, mas se não for possível ignorá-los então devemos sempre manter a calma e dizer aos alunos, de forma HABILIDOSA, que queremos que eles MUDEM DE COMPORTAMENTO.
Adaptações que fazem diferença
A primeira sugestão é fazer algumas mudanças que podem beneficiar o aluno, como colocá-lo em um lugar que não o faça distrair. Sendo assim, vale tentar reposicioná-lo na primeira fileira, por exemplo. O fato do aluno não ter com o que se distrair favorece a apreensão do conteúdo e, consequentemente, um clima mais harmônico entre o pequeno e seus colegas.
Advertir comportamentos com calma
Quando o aluno quiser adotar comportamentos que chamem a atenção, a melhor maneira é não repreendê-lo na frente dos coleguinhas. Ao adverti-lo, faça da maneira mais branda possível e nunca o coloque em uma situação de constrangimento. É importante que você estimule a amizade da criança.
Outra dica é manter a calma, mesmo em momentos de agressão. Quando a criança com TOD é contrariada, ela pode agir de forma mais ríspida e ameaçar a bater. A melhor forma de lidar com isso é segurar-lhe as mãos, agachar-se junto dela e falar com muita doçura para que a criança perca a coragem de prosseguir com o ato pensado anteriormente.
Por isso é aconselhável nunca debater com o pequeno para evitar situações que só trarão muito desgaste aos dois, principalmente a você.
Inclusão total da criança
Se a criança com TOD agir de maneira inadequada, não faça como muitos profissionais fazem erroneamente: isolamento. A solução é chamá-la para ser ajudante de turma ou pedir ajuda a ela para fazer parte de alguma brincadeira. Se isso não adiantar, procure estabelecer um contato com os pais e o terapeuta da criança para que você possa encontrar uma solução para essa rebeldia. A única coisa que não deve ser feita é submetê-la ao isolamento ou ao constrangimento.
Conquiste a simpatia do aluno
Eis aí um detalhe para os educadores: conquista. Claro que isso deve ser feito com todas as crianças, mas quando se tem um aluno com TOD, é muito bom que você o conquiste. O estabelecimento dessa parceria com a criança é importante e pode até mesmo inibir algumas ações que ela gostaria de fazer.
Entretanto, vale dizer que o tratamento responsável pela diminuição dessas características do TOD deve ser feito pelo psicólogo, psicopedagogo e outros terapeutas. A relação familiar também deve ser aprimorada a fim de dar ao pequeno as condições necessárias para uma vida bem melhor.
Outras dicas:
A primeira providência deve ser esta: os pais (em casa) e os professores (na escola) devem falar a mesma língua e concordar sempre nas mesmas regras e no cumprimento das rotinas diárias.
É importante, mesmo separados, que os pais tomem as mesmas atitudes com a criança mesmo que esta conviva em casas diferentes.
Ao dar ordens, é importante falar de forma clara e objetiva evitando ficar se justificando ou prolongando a conversa. Olhe nos olhos e seja direto. Imponha sem ser agressivo. Fale de forma a convencer antes de qualquer contra-argumento e assuma a postura de quem realmente manda, sem pestanejar. Este modo de discursar e expor inibe atitudes opositoras e vai condicionando a criança a respeitar autoridades. Ao mesmo tempo, esta criança tem que viver numa casa organizada, estruturalmente afetuosa onde os adultos devem ser um bom exemplo agindo positivamente para que a criança copie e siga.
Conviver e conhecer as preferências, gostos e momentos gostosos junto da criança auxilia na interação e aumenta o vínculo afetivo. Este tem um poder de induzir a uma adesão, um engajamento desta criança a cumprir regras e rotinas pré-definidas pelo cuidador, pois ela se sente recompensada. Pais e professores devem ser mais “parceiros” de seus filhos e não somente “gerentes” educacionais distribuindo deveres sem proporcionar o prazer de sua presença  e “olhar nos olhos”.
A consciência de uma criança está em desenvolvimento, deve sempre fazer lembrar  de que se observarem sempre as dicas acima já estarão reduzindo de forma significativa a chance de terem filhos desafiadores num processo saudável de prevenção ao desenvolvimento de comportamentos anti-sociais e de evitar que estes se tornem adolescentes irascíveis sem qualquer autocontrole frente à mínima frustração.
No que tange à escola, estas medidas acima podem ser úteis mas as estratégias devem ser ampliadas, pois o contexto institucional exige pelo menos 4 medidas em paralelo: a psicoeducação ou treinamento do estabelecimento escolar (professores, gestores e outros colaboradores do ambiente letivo), treino de habilidades sociais, prevenção e manejo do bullying e reforço escolar na maioria dos casos. Muitas vezes, em casos mais severos de TOD, pode-se inclusive contratar uma atendente terapêutica para mediar conflitos mais contundentes e situações mais complexas.
  Dicas para lidarem com TDO:
·         Manter sempre o controle, sem apelar para gritos;
·         Educar com firmeza, mas nunca se esquecer do afeto;
·         Ser firmes, mas acolhedor;
·         Dedicar tempo e atenção diariamente;
·         Montar uma tabela com colunas referentes comportamento indesejado, conduta que tomou no ato do comportamento e resultados obtidos frente à conduta;
·         Sempre que agir de forma inadequada, repreender, colocar para pensar (1 minuto por idade) e após prazo conversar sobre ocorrido;
·         Não ceder aos apelos da criança e mantenha a palavra;
·         Incentive a prática de trabalhos e esportes em grupo (interação social);
·          Não dar atenção a “birras”;
·          Explicar claramente regras e instruções;
·          Explique detalhadamente as consequências em casos de indisciplina;
·          Evite medir forças com a criança, mas seja flexível de vez em quando;
·         Ao corrigir, olhe diretamente nos olhos e abaixe para ficar no mesmo nível, com tom de voz firme orientando sobre as regras, Evite retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi estabelecida;
·          Evite orientar/corrigir a criança na hora da raiva;
·          
9.    O que NÃO DEVEM fazer?

·         Utilizar de agressão física/verbal para que obedeça;
·         Orientar a criança à distância (deve orientar olhando para criança e certificando que ela compreendeu);
·          Dar instruções vagas (por ex.: “seja uma boa criança”);
·         Orientar com muitas explicações (argumentam excessivamente para criança entender), é bem provável que a criança vá se perder durante as explicações;
·          Orientar em tom ameaçador (em casos onde existe um acontecimento já instalado, é normal que os professores deem bronca com tom ameaçador para criança recuar, nesses casos a criança tende a revidar);
·          Pedir que realize alguma tarefa em forma de pergunta (você pode ir agora fazer as lições de casa? Vai abrir espaço para que a criança pense e diga não);.

Os pais e a instituição de ensino:
É importante que os pais compreendam que tanto eles quanto seu filho precisam da ajuda e apoio dos professores/instituição de ensino. Trazendo-os para sua causa, faça deles seus parceiros para que juntos possam ter êxito no desenvolvimento e sucesso do seu filho.
·         Procure estar sempre atento às reclamações da escola e evite levar para o lado pessoal;
·         Unir forças com professor/instituição. Procurar ser o mais “transparente possível” já no início, em uma nova escola ou na mudança de ano escolar, explicando as dificuldades enfrentadas pelo seu filho e quais são suas necessidades;
·         Ressaltar os conhecimentos adquiridos pelo estudo. Mostrando interesse pelo aprendizado, pela leitura. Lembre-se de que os pais são os “espelhos” dos filhos;
·         Procurar minimizar as expectativas. Valorizar cada passo alcançado em relação a ela mesma (reforço positivo);
·          Fazer com que seu filho realize as atividades escolares em casa, e respeite as regras estipuladas pelo professor, criando tabela para rotina da criança.

O professor e a criança com TDO:

Compreendendo que os pais apresentam dificuldade no manejo com os filhos com TDO, então não é difícil imaginar que na escola não deve ser diferente com o professor, sem mencionar que o professor é responsável por varias crianças.
·         Em se tratando de crianças diagnosticadas com qualquer transtorno, o primeiro passo para o professor ajudar é buscar informações a respeito do transtorno, assim poderá ter maior compreensão a despeito das dificuldades enfrentadas pela criança;
·         Motivar sempre os alunos, tendo em mente que o resultado estará diretamente ligado à diferença entre a quantidade de reforço positivo em relação a uma pressão em excesso;
·         Peça ajuda ao aluno com TDO, permitindo assim, motivá-lo, de forma intermitente, exemplo, apagar a lousa, ajudar na distribuição de materiais para a classe;
·          Peça gentilmente para o aluno ficar mais próximo de você, sentado a frente, de preferência longe de janelas ou porta;
·          Evitar criticar na presença de outras crianças, evitando assim uma indisposição do aluno para com o professor;
·          Procurar ressaltar as regras e anotar na lousa o plano de aula, bem como as tarefas e datas de provas;
·         Considerar a possibilidade de mudança na forma de avaliação, possibilitando provas orais ou com maior tempo para a execução ou menor número de questões, em relação ao restante da classe;
·          Procure tornar o ensino prazeroso, estimulando a participação dos alunos e a interação social em atividades de grupo;
·          Demonstre percepção dos resultados e progressos alcançados pelo aluno;
·          Ajude os pais com uma maior comunicação, monitorando os progressos ou dificuldades, além da participação no controle em anotar as atividades e datas de provas;
·          Evitar fazer reclamações do aluno ao entrega-lo aos pais na saída. Qualquer reclamação deve ser feita via agenda ou em particular (agendar reunião);
·          As tarefas acadêmicas devem ser compatíveis com as habilidades da criança, ir reforçando passo a passo até igualar com as demais crianças da classe;
·          Trabalhar questões relacionadas ao planejamento e organização do estudo na escola e em casa (rotina diária);
·          Intercalar as aulas expositivas ou períodos de estudo com breves momentos de atividade física, ajudando a minimizar a fadiga e a monotonia de períodos longos de estudo;
·          Evitar corrigir as lições com canetas vermelhas ou lápis;
·         Criar momentos de descontração para minimizar o stress e ajudar na socialização com colegas de classe;
·         Procurar compreender que a criança não tem controle dos seus comportamentos, elas estão tão assustadas quanto todos envolvidos e precisa de ajuda;
·         É importante comunicar via agenda os comportamentos inadequados, entretanto é primordial comunicar os comportamentos positivos da criança, evitando que venham escritas somente reclamações.

 


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