TOD
– Sintomas?
Os sintomas aparecem em varias circunstâncias, contudo, sua repetição
ocorre em casa e no contexto escolar. Dentre os sintomas destacam-se:
·
Perda da paciência;
·
Acessos de raiva;
·
Baixa autoestima;
·
Baixa tolerância a frustrações;
·
Discussões excessivas com adultos;
·
Recusa em obedecer a solicitações ou regras;
·
Comportamento de indisciplina, desafiador, opositor;
·
Irritação excessivamente;
·
Ou provocações às pessoas.
·
Sintomas na Escola:
·
Dificuldade interpessoal;
·
Desempenho escolar comprometido;
·
Dificuldade em realizar tarefas em grupo;
·
Não aceita ou pede ajuda dos professores;
·
Discute com professores e colegas;
·
Apresenta agressividade com colegas de classe;
·
Recusa trabalhar em grupo;
·
Não faz atividades escolares;
·
Não aceita criticas;
·
Desafia autoridade professores, coordenadores e demais educadores;
·
Deseja tudo do seu jeito;
·
Apresenta comportamento de “pavio curto” ou “esquentado” em sala de
aula;
·
Não assume responsabilidade para si, acusa os outros por seu
comportamento hostil.
A
participação dos pais no processo terapêutico é fator essencial para uma
terapia bem sucedida, pois grande parte das contingências às quais a criança
está exposta é composta por relações com os pais e familiares. As circunstâncias
facilitadoras são atividades diárias com horário definido, passeios, atividades
compartilhadas com os pais no lar, oferta de brinquedos e outros materiais e
supervisão dos pais nas atividades escolares e em atividades quando a criança
não está na escola.
Os pais que utilizam o
castigo físico como meio de interromper ocomportamento agressivo de uma criança
podem reduzir a frequência ou intensidade do mesmo, no momento em que o castigo
é imposto; no entanto, oferecem também um modelo agressivo à criança (Bandura,
Ross, & Ross, 1961, citados por Regra, 2000b). Sidman (1989/2003) aponta
dois efeitos colaterais da punição: a agressão e o contracontrole. O
comportamento agressivo pode ser induzido por punição, já que o indivíduo que
teve seu comportamento punido encontra, na oportunidade de atacar, um
reforçador positivo. Esta agressão pode ser direcionada a quem puniu ou a outro
indivíduo próximo que não foi, de forma alguma, responsável pela punição. Outro
efeito é o contracontrole; o indivíduo cujo comportamento foi punido encontra
uma forma de controlar quem o puniu, este controle pode ou não envolver
agressão aberta: uma criança pode adoecer, vomitar, ficar inquieta coagindo os
pais a disponibilizarem atenção, entre outras possibilidades.
Os pais devem ser orientados
em relação ao papel do reforço sobre o
comportamento da criança; reforçar
comportamentos adequados e ignorar os inadequados; enfatizar a necessidade de
aumentar substancialmente a freqüência de reforços e de atenção aos
comportamentos socialmente adequados e de adesão da criança.
Orientar os pais a prestarem
atenção nas brincadeiras e comportamentos adequados, fornecer comandos diretos
e aumentar a freqüência de reforço para comportamentos adequados; treinar na
utilização de comandos diretos: Ex: substituir questões como “Por que você não
guarda seus brinquedos?” por comandos diretos como “Guarde seus brinquedos na
caixa”; Treinar para o fornecimento de atenção positiva freqüente e sistemática
quando a criança engajar-se em atividades adequadas enquanto os pais realizam
outras atividades.
Orientações para Auxiliar as
Tarefas Diárias
1. Ouvir e respeitar a
opinião da criança em relação a local e horário preferidos para a realização
das tarefas escolares e para o estudo; se o local inicialmente escolhido for
inadequado, incentivar gradualmente mudanças na direção desejada.
2. Alternar estudo e tarefas escolares com
outras atividades, como assistir televisão e brincar.
3. Respeitar limites de
tempo de concentração da criança, não exigindo além do que esta pode realizar.
4. Auxiliar no planejamento
de tarefas que exigem maior tempo de concentração (ex. dividir livro em
capítulos, lendo um ou dois de cada vez).
5. Planejar a realização de
tarefas escolares de forma a não coincidir com atividades prazerosas para a
criança (ex. fazer tarefa em horário diferente do horário do programa de
televisão favorito).
6. Treinar sempre,
repetidamente dia após dia, o aluno deve aprender a reavaliar e mudar seu plano
inicial, é uma das tarefas mais importantes que os pais podem fazer para
ajudar.
7. Reforçar a criança a cada
passo do planejamento executado com sucesso; aumentar gradualmente o nível de
desempenho exigido para a liberação do reforço.
Trabalhar
habilidades sociais em crianças, apontam, a partir da revisão da literatura,
uma diversidade de habilidades sociais infantis:
1) habilidades de
relacionamentos com pares (cumprimentar, elogiar, oferecer ajuda, convidar os
colegas para brincar etc);
2) habilidades de
autocontrole (controlar humor, negociar, lidar com críticas etc) ;
3) habilidades acadêmicas
(tirar dúvidas, seguir as orientações do professor, saber trabalhar de forma
independente, etc);
4) habilidades de
ajustamento (seguir regras e instruções, usar tempo livre de forma apropriada,
atender a pedidos, etc);
5) habilidades assertivas
(iniciar conversação, aceitar convites, responder cumprimentos etc), entre
outras.
Maneiras de iniciar conversação: • Fazer uma
pergunta ou comentário sobre a situação que se queira abordar. Ex.: “O que você
está fazendo?” - ou um comentário - “Você terminou sua tarefa? Que bom, assim
você pode brincar sem se preocupar.” • Cumprimentar o aluno por algum tipo de
comportamento ou pela sua aparência. Ex.: “Nossa, você me ajudou direitinho a
apagar a lousa! Que bom!” ou “Que bom que você arrumou sua mesa e seu
material!” (sem tom de ironia); ou ainda “Que bom que você já sabe fazer isso
sozinho!” • Fazer uma observação ou pergunta casual sobre o que ele está
fazendo. Ex.: “O que você está fazendo?” ou “Você está fazendo a tarefa?” • Perguntar
a seu aluno se você pode ficar junto enquanto ele realiza uma tarefa difícil.
Ex.: “Posso ficar sentado(a) aqui, vendo você desenhar?” • Pedir ajuda,
conselho, opinião ou informação. Ex.: “Você pode me ajudar a apagar a lousa?” •
Fazer algo pelo seu aluno. Ex.: “Hoje eu trouxe um brinquedo novo para
utilizarmos na aula” • Compartilhar com seus alunos experiências, sentimentos e
opiniões pessoais. Ex.: “Eu sei que você tem dificuldade com a matemática.
Quando tinha sua idade, eu era como você, porém, estudando bastante, em pouco
tempo, eu não tive mais problemas.” • Saudar. Ex.: “Oi, você está bem?” Para
que esse diálogo seja efetivo deve-se prestar atenção, não só ao que falamos,
mas também em como está nossa postura frente ao aluno no momento da conversa.
Por exemplo, é necessário olhar para ele enquanto você estiver falando,
mostrar-se interessado, manter-se próximo e inclinado em sua direção e sorrir.
Agora, para manter o diálogo, podem-se abordar os seguintes temas: • discutir
sentimentos, suposições ou impressões; • compartilhar pensamentos e opiniões
sobre certo tema; • compartilhar informação objetiva sobre um tema; •
compartilhar fantasias, sonhos, metas, desejos; • compartilhar atividades
recentes; • compartilhar atividades passadas; • compartilhar acontecimentos
engraçados, contar histórias divertidas, rir de si mesmo.
• Quando acontecer alguma
conversa agradável com seu aluno, exponha a ele sua satisfação, dizendo, por
exemplo: “Foi bom conversar com você.” Isso aumenta as chances desse momento
acontecer mais vezes. • Quando estamos conversando com nossos alunos e
precisamos parar para fazer outra coisa, é importante explicar o porquê,
dizendo, por exemplo: “Desculpe, mas eu preciso voltar a explicar o ponto. Mais
tarde a gente conversa, tá bom?” Nesse caso, não se esqueça de procurar o aluno
depois. Os professores poderão começar essa tarefa dando exemplos de
comportamento aos alunos, uma vez que eles aprendem também pela observação dos
adultos . Quando os professores elogiam os comportamentos das crianças,
concomitantemente, trazem ganhos a ambos e essa atitude aumenta as chances de
se repetir, futuramente, trazendo novos ganhos.. Além disso, o elogio aumenta a
auto-estima do aluno, deixando-o seguro para realizar outros comportamentos adequados
e relacionar-se com as pessoas. É importante também dizer aos alunos por que
determinado comportamento foi elogiado, descrevendo o que há de bom, por
exemplo, “Parabéns, você fez toda a tarefa com cuidado, atentando para as
pontuações” A essa habilidade dá-se o nome de feedback positivo.para outras
pessoas. Para expressarmos discordância, é necessário ouvir a opinião do outro,
prestar atenção ao conteúdo da fala do interlocutor, identificar quais são os
pontos em que pensamos diferente, assim como identificar quais são os pontos em
que pensamos de maneira semelhante. Essas dicas aumentam a chance de o outro
aceitar nossas opiniões. Quando achamos que o nosso aluno não deve fazer
determinada coisa e mencionamos apenas NÃO, essa resposta não será efetiva para
ele, pois não estaremos expressando nossa opinião, mas impondo nossa vontade.
Além do NÃO, precisamos argumentar o porquê daquela resposta. É necessário
lidar com as divergências, sem deixar de lado os princípios do direito à
liberdade de expressão e do respeito às diferentes opiniões. Não se trata de
convencer o outro ou desqualificá-lo, mas de apresentar as idéias
sustentando-as, sempre que possível, com fatos, acontecimentos e referências,
dando a ele a oportunidade de fazer o mesmo.
Fazer pedidos Você poderá
fazer pedidos aos seus alunos, de forma a deixar claro o que espera deles.
Ex.:“Pessoal, ao terminarem a tarefa com giz de cera, por favor, guardem tudo
na caixa!” Importante: não se esqueçam de ELOGIAR e AGRADECER, se seus alunos
fizerem o que você pediu. Pode acontecer deles não entenderem o pedido feito
Neste caso, é preciso REPETI-LO, uma ou mais vezes, de forma clara, para que
ele possa entender. Caso um deles se RECUSE, não devemos apelar fazendo
insultos e/ou ameaças, pois, assim, o aluno não estaria atendendo ao pedido de
boa vontade e, sim, porque se sentiu obrigado a fazê-lo, o que pode prejudicar
a interação entre alunos e professores. É possível negociar nessas situações.
Recomendações para a habilidade de fazer pedidos: a) ser direto; b) não se
desculpar e, sim, justificar-se; c) não dar uma resposta negativa de forma
pessoal; d) estar preparado para ouvir tanto um “não” como um “sim” e respeitar
o direito da outra pessoa dizê-lo.
Recusar pedido Recusar
pedidos significa dizer “não” a nossos alunos, quando é necessário, de forma a
não se sentir mal por fazê-lo. Não se deve esquecer de dar justificativas
verdadeiras para a recusa. Isso não significa dizer NÃO para tudo o que seus
alunos façam, pois eles precisam ser estimulados a se comportarem, fato que
ajuda promover o desenvolvimento social e acadêmico. É importante dizer não
para comportamentos que podem colocar em risco a saúde de seus alunos, como
brincar com objetos cortantes, por exemplo, e também para aqueles que trazem
prejuízos interpessoais, como os comportamentos externalizantes que vimos no
módulo 1. As recusas apropriadas devem ser acompanhadas de razões e nunca de
“desculpas”.Ex.:“Não posso conversar com você agora porque é hora da tarefa. No
intervalo poderemos conversar.” É uma forma de dizer “não” acompanhada de
razões. Recusar pedidos acompanhados de desculpas seria, por exemplo: “Não
posso conversar com você agora porque não é lugar de conversar. Basta estudar!”
Não se deve mentir para a criança, inventando desculpas. Sempre diga a verdade,
pois assim ela compreenderá melhor a recusa e não ficará com raiva de você.
Quando o aluno nos faz pedidos abusivos, é preciso ainda mais firmeza ao dizer
“não”, pois, caso contrário, ele poderá achar que pode fazer tudo, até o que é
abusivo e o professor sentir-se explorado . Isto não é bom para a relação entre
professor e aluno, pois nenhum dos dois deverá sentir-se explorado. A interação
deve ser igualitária e recíproca. Lidar com críticas Outra habilidade não menos
importante é a de lidar com críticas (fazer e receber), pois podemos ser
criticados por nossos alunos. Ela se fundamenta nos seguintes critérios: a)
veracidade (trata-se de um fato ou de percepção sobre um fato?); b) forma (a
crítica foi feita de maneira apropriada?); c) ocasião (o momento foi o
melhor?); d) objetivo (trata-se de um desabafo ou de uma tentativa de produzir
uma mudança?).
Crítica não verdadeira . Se
ela não for verdadeira, deve ser rejeitada, esclarecendo o interlocutor. As
retaliações do tipo “Mas você também fez isso e aquilo...” embora muito comuns,
na maioria das vezes, não surtem o efeito pretendido e podem até incentivar o
interlocutor a mencionar outras coisas desagradáveis, alimentando uma discussão
inútil e, às vezes, desrespeitosa de ambos os lados. Ao invés de retaliar,
deve-se discordar firmemente do interlocutor e dar exemplos de seus equívocos,
esperando que este modifique sua posição. Lidar com críticas falsas também
envolve a habilidade de expressar desacordo pelo olhar desaprovador e a expressão
facial de desagrado.
Admitir erros e pedir
desculpas Para lembrar, admitir erros e pedir desculpas não é sinal de fraqueza
ou de inferioridade. Pelo contrário, é desfazer mal-entendidos, diminuir
ressentimentos e superar as dificuldades em um relacionamento ou situação
social. Essa habilidade define-se pelo ato simples de desculpar-se. Ex.:
“Peço-lhe desculpas pelo que fi.z”, ou “Espero que você me desculpe pelo que eu
disse ontem.” Não necessariamente, inclui uma justificativa do erro..Ex.: “Fiz
isso porque você também havia feito tal coisa.” Muitas vezes também, não é
recomendável a promessa de mudança, como: “Desculpe-me, nunca mais farei isso!”
Melhor do que prometer com palavras, é demonstrar com atos aquilo que você
deseja mudar. ATENÇÃO: Tudo o que vimos discutindo poderá ser utilizado em
todas as situações sociais e não apenas com nossos alunos.
Estabelecer
regras: Nós devemos expor regras curtas e claras, isto é, falar
com os alunos usando palavras que eles entendam. Devemos aplicar uma regra de
cada vez, com frases curtas. Devemos cobrar regras que eles sejam capazes de
cumprir, dizendo de forma, calma, não autoritária e, elogiando, agradando,
agradecendo, cada vez que fizerem o que pedimos, pois assim eles sentir-se-ão
recompensados por estarem cumprindo as regras. MAS NÃO SE ESQUEÇAM DE GARANTIR
SEMPRE OS DIREITOS DOS ALUNOS. NÃO DEVEMOS UTILIZAR ESSAS INFORMAÇÕES PARA
MANIPULAR
Porque
será que os alunos não seguem regras? Poderemos pensar em algumas
alternativas:
a) A linguagem pode ser muito
complicada. Precisamos adequar nossa fala, de forma que o aluno seja capaz de
entender, afinal, nós não falamos com a criança, o adolescente ou o adulto da
mesma forma;
b) Se dermos muitas regras
juntas, o aluno, quando muito, lembrar-se-á de apenas uma;
c) Às vezes, não valorizamos
quando ele obedece, achando que é sua obrigação. . Essas são apenas algumas
hipóteses, mas é preciso ficar atento a elas. Ao colocar regras, os professores
precisam pedir tarefas que os alunos sejam capazes de cumprir conforme suas
idades e habilidades. Com o tempo, as regras podem ser mais freqüentes e em
maior número. Se a regra não for cumprida, podemos conversar e verificar o
porquê do não cumprimento, repetindo –a quando necessário. Assim, poderemos
começar com uma regra, por exemplo, guardar o material e, então, sempre elogiar
quando o aluno a cumprir. Caso ele não obedeça, você poderá conversar,
perguntando o que aconteceu, se tem alguma dificuldade. Às vezes, é importante,
inclusive, mostrar como se faz e pedir que o aluno a execute, elogiá-lo e
mostrar como ficou bonito depois de pronta. Quando ele já realizar a tarefa
como parte da rotina, você poderá estabelecer uma nova regra e proceder da
mesma forma novamente. De preferência essas regras devem ser estabelecidas a
partir do diálogo e negociação com o aluno; para tanto, precisamos também ouvir
as opiniões deles e ceder quando necessário. E lembrem-se, precisamos ser
consistentes quanto a esta regra.
Como
estabelecer regras • devem ser curtas, enunciadas positivamente,
e fáceis de serem lembradas; • devem especificar um comportamento e uma
conseqüência; • ser enunciadas de modo que possam ser facilmente cumpridas;
Como
usar regras • estabeleça novas regras, uma de cada vez;
• quando uma regra for desobedecida, peça à criança que verbalize a regra que
desobedeceu; faça com que, se possível, o comportamento seja repetido de
maneira correta; • use lembretes para ensinar as regras e depois os retire
pouco a pouco; • ignore protestos sobre as regras quando estiver certo de que
elas são justas.
Consistência
:
Temos de ser consistentes em nossas atitudes, isto é, deixar claros quais
comportamentos precisam de limites e quais são as regras estabelecidas e,
então, sempre agir da mesma forma. Por exemplo, se a regra é guardar o material
após o uso, constantemente exigir seu cumprimento, caso contrário, o aluno
poderá deixar de segui-la
Feedback
negativo e sentimentos negativos: Assim como o feedback
positivo, o negativo é uma descrição verbal ou escrita sobre o desempenho de uma
pessoa, porém com alteração no conteúdo da descrição. Imagine que seu aluno
tenha feito algo que o aborreceu muito. A forma de nos expressar poderá ocorrer
de vários modos: brigar, gritar ou dizer que não gostamos de algo. Por exemplo,
se nossos alunos expressam uma opinião contrária à nossa, talvez identifiquemos
tal comportamento como “errado” e que precise de limite. É necessário: Solicitar
mudança de comportamento: é preciso identificar qual é o comportamento que nos
desagradou. Devemos também reconhecer quais os sentimentos negativos que esse
comportamento nos causou. Quando esses dois aspectos são identificados
(comportamento inadequado e sentimentos negativos), aumentam as chances de que
haja menos descontrole emocional e de que consigamos expressar nossos
sentimentos por meio de conversas adequadas e não brigando ou gritando. Para
que haja o reconhecimento de uma expressão de sentimentos negativos de forma
adequada, é preciso saber, também, quais mudanças gostaríamos que acontecessem
no comportamento da outra pessoa e quais seriam as possíveis conseqüências
positivas e negativas dessas mudanças. Depois de considerados os aspectos
citados acima, devemos seguir os quatro passos abaixo:
Feedback
negativo: Sentimentos negativos Solicitar mudança de comportamento Fazer
críticas
Passo 1. Descrever
objetivamente o comportamento que nos desagradou, dizendo o que o aluno fez ou
disse, o momento e lugar em que isso aconteceu e a freqüência com que esse
comportamento tem ocorrido. Alguns começos de frases típicos desse passo são:
“Quando você...”, “Quando eu...”. Ex.: “Quando você não copia a lição...
Ao invés de dizer “Você é
uma criança má...”, deve-se dizer, por exemplo, “(Nome do aluno), o que você
fez foi ruim...” e explicar por que, sempre atentando para o que realmente pode
prejudicar o aprendizado e/ou a interação da criança, isto é, o desenvolvimento
social, acadêmico, físico etc. Você poderá dizer ao seu aluno que não gostou do
que ele fez, mas precisa procurar não atacar a personalidade da criança e falar
de forma tranqüila, controlando suas emoções.
Passo 2. Expressar, de forma
positiva, os sentimentos ou pensamentos que o comportamento inadequado do seu
aluno gerou em você. Para isso, podemos começar as frases dizendo, “Me
sinto...”, “Penso...”, entre outras.Ex.: “Me sinto mal...”, “Fico triste
porque...”, ao invés de “Não gosto...”, “Não me sinto bem...”, etc. Passo 3.
Especificar, de forma concreta, o que quer que seu aluno mude em seu
comportamento. Peça, a cada vez, um ou dois comportamentos que não sejam muito
grandes. Você deverá considerar se o seu aluno não vai sofrer grandes perdas
por fazer o que você quer que ele faça. É importante perguntar se ele está de
acordo e especificar, se for necessário, qual comportamento ele está disposto a
mudar para chegar a um acordo. Alguns começos de frases típicos para esse passo
são: “Preferiria...”, “Queria...”, “Eu gostaria...”.Ex.:“Eu gostaria que a
gente chegasse a um acordo, de forma que tanto eu como você ficássemos bem. Se
você quer brincar no pátio, tudo bem, mas eu gostaria que você, ao terminar a
lição viesse me ajudar, ao invés de conversar com seus colegas”. Fazendo isso
estaremos negociando e, negociar implica em ambos cederem em algo.
Passo 4. Dizer as
conseqüências positivas que ocorrerão caso seu aluno realmente mude de
comportamento. Ex.:“.Dessa forma nós ficamos bem. Eu não vou me aborrecer por
você prejudicar a tarefa dos seus colegas e ainda consigo sua ajuda para apagar
a lousa, por exemplo, e, por outro lado, você também ficará contente porque
estará me ajudando. Logo depois, no intervalo, você poderá conversar e brincar
com seus amigos.” No caso de ser necessário (e apenas nesse caso), diga a ele
quais conseqüências negativas ocorrerão se ele não mudar.
Exemplo da aplicação de
todos os passos: Passo 1 (Descrever o comportamento que o desagrada): “Quando
você não copia a lição...” Passo 2 (Expressar os sentimentos negativos): “Me
sinto mal, fico triste porque agindo assim eu sei que você vai ter dificuldade
em aprender ...” Passo 3 (Especificar o que você gostaria que mudasse): “Eu
gostaria que a gente chegasse a um acordo, de forma que, tanto eu como você
ficássemos bem. Se você está com dificuldades na tarefa, me diga o que você não
está entendendo. Eu posso ajudá-lo, mas eu realmente ficarei muito contente se
você fizer a tarefa ...” Passo 4 (Conseqüências da mudança do comportamento):
“Desta forma nós ficamos bem porque você vai aprender várias coisas e eu
ficarei contente porque estarei ajudando-o a aprender”. Fazer críticas Fazer
críticas de maneira adequada é uma habilidade bastante difícil de ser
exercitada e não se confunde com o desabafo, a ofensa, a retaliação e a
acusação. Trata-se de uma habilidade que requer alguns cuidados, tais como: a)
dirigir-se diretamente à pessoa, excluindo aquelas que não estão diretamente
envolvidas com a situação; b) referir-se ao comportamento e não à pessoa em si
(O que você fez – assim, assim – é reprovável..., ao invés de “Você é uma
pessoa reprovável e má!”); c) controlar a emoção excessiva, evitando o tom de
desabafo; d) adequar-se à situação e às condições do receptor (fazer a crítica
em particular e com o cuidado de não provocar excessivo desconforto). Uma estratégia
adequada para fazer crítica tem sido denominada de “técnica do sanduíche” que
consiste, resumidamente, em iniciar a crítica apontando alguma coisa positiva
do comportamento do aluno, em seguida, referir-se a algo negativo e encerrar
com nova referência positiva.Ex.: “Você fez a tarefa hoje, fico contente, mas
nessa lição você parece ter tido dificuldade, vou ajudá-lo e da próxima vez
você conseguirá fazer tudo!”, ou “Este resumo está muito bom, poderia ser um
pouco mais curto, mas está muito bom”. Não queremos com isso parecer
bajuladores ou falsos, a idéia é prestar atenção também às coisas boas que os
nossos alunos fazem e fazer menção a isso, pois, em geral, somos ótimos em
identificar o que está ruim e não prestamos muita atenção aos aspectos positivos.
Ignorar
comportamentos Alguns comportamentos de menor importância
podem ser IGNORADOS, como por exemplo, birras. Claro que, às vezes, temos
dificuldade em ignorar os comportamentos perturbadores, mas se não for possível
ignorá-los então devemos sempre manter a calma e dizer aos alunos, de forma
HABILIDOSA, que queremos que eles MUDEM DE COMPORTAMENTO.
Adaptações que fazem diferença
A primeira sugestão é fazer algumas mudanças que podem beneficiar o
aluno, como colocá-lo em um lugar que não o faça distrair. Sendo assim, vale
tentar reposicioná-lo na primeira fileira, por exemplo. O fato do aluno não ter
com o que se distrair favorece a apreensão do conteúdo e, consequentemente, um
clima mais harmônico entre o pequeno e seus colegas.
Advertir comportamentos com calma
Quando o aluno quiser adotar comportamentos que chamem a atenção, a
melhor maneira é não repreendê-lo na frente dos coleguinhas. Ao adverti-lo,
faça da maneira mais branda possível e nunca o coloque em uma situação de
constrangimento. É importante que você estimule a amizade da criança.
Outra dica é manter
a calma, mesmo em momentos de agressão. Quando a criança com TOD é
contrariada, ela pode agir de forma mais ríspida e ameaçar a bater. A melhor
forma de lidar com isso é segurar-lhe as mãos, agachar-se junto dela e falar
com muita doçura para que a criança perca a coragem de prosseguir com o ato
pensado anteriormente.
Por isso é aconselhável nunca debater com o pequeno para evitar
situações que só trarão muito desgaste aos dois, principalmente a você.
Inclusão total da criança
Se a criança com TOD agir de maneira inadequada, não faça como muitos
profissionais fazem erroneamente: isolamento. A solução é chamá-la para
ser ajudante de turma ou pedir ajuda a ela para fazer parte de alguma
brincadeira. Se isso não adiantar, procure estabelecer um contato com os
pais e o terapeuta da criança para que você possa encontrar uma solução para
essa rebeldia. A única coisa que não deve ser feita é submetê-la ao isolamento
ou ao constrangimento.
Conquiste a simpatia do aluno
Eis aí um detalhe para os educadores: conquista. Claro que isso deve ser
feito com todas as crianças, mas quando se tem um aluno com TOD, é muito bom
que você o conquiste. O estabelecimento dessa parceria com a criança é
importante e pode até mesmo inibir algumas ações que ela gostaria de fazer.
Entretanto, vale dizer que o tratamento responsável pela diminuição
dessas características do TOD deve ser feito pelo psicólogo, psicopedagogo e
outros terapeutas. A relação familiar também deve ser aprimorada a fim de dar
ao pequeno as condições necessárias para uma vida bem melhor.
Outras
dicas:
A primeira providência deve ser
esta: os pais (em casa) e os professores (na escola) devem falar a mesma língua
e concordar sempre nas mesmas regras e no cumprimento das rotinas diárias.
É importante, mesmo separados,
que os pais tomem as mesmas atitudes com a criança mesmo que esta conviva em
casas diferentes.
Ao dar ordens, é importante
falar de forma clara e objetiva evitando ficar se justificando ou prolongando a
conversa. Olhe nos olhos e seja direto. Imponha sem ser agressivo. Fale de
forma a convencer antes
de qualquer contra-argumento e assuma a postura de quem realmente manda, sem
pestanejar. Este modo de discursar e expor inibe atitudes opositoras e vai condicionando
a criança a respeitar autoridades. Ao mesmo tempo, esta criança tem que viver
numa casa organizada, estruturalmente afetuosa onde os adultos devem ser um bom
exemplo agindo positivamente para que a criança copie e siga.
Conviver e conhecer as
preferências, gostos e momentos gostosos junto da criança auxilia na interação
e aumenta o vínculo afetivo. Este tem um poder de induzir a uma adesão, um
engajamento desta criança a cumprir regras e rotinas pré-definidas pelo
cuidador, pois ela se sente recompensada. Pais e professores devem ser mais
“parceiros” de seus filhos e não somente “gerentes” educacionais distribuindo
deveres sem proporcionar o prazer de sua presença e “olhar nos olhos”.
A consciência de uma criança
está em
desenvolvimento, deve sempre fazer lembrar de que se observarem sempre as dicas acima já
estarão reduzindo de forma significativa a chance de terem filhos desafiadores
num processo saudável de prevenção ao desenvolvimento de comportamentos
anti-sociais e de evitar que estes se tornem adolescentes irascíveis sem
qualquer autocontrole frente à mínima frustração.
No que tange à escola, estas
medidas acima podem ser úteis mas as estratégias devem ser ampliadas, pois o
contexto institucional exige pelo menos 4 medidas em paralelo: a psicoeducação ou treinamento do
estabelecimento escolar (professores, gestores e outros colaboradores do
ambiente letivo), treino de habilidades sociais, prevenção e manejo do bullying
e reforço escolar na maioria dos casos. Muitas vezes, em casos
mais severos de TOD, pode-se inclusive contratar uma atendente terapêutica para
mediar conflitos mais contundentes e situações mais complexas.
Dicas
para lidarem com TDO:
·
Manter sempre o controle, sem apelar para gritos;
·
Educar com firmeza, mas nunca se esquecer do afeto;
·
Ser firmes, mas acolhedor;
·
Dedicar tempo e atenção diariamente;
·
Montar uma tabela com colunas referentes comportamento indesejado,
conduta que tomou no ato do comportamento e resultados obtidos frente à
conduta;
·
Sempre que agir de forma inadequada, repreender, colocar para pensar (1
minuto por idade) e após prazo conversar sobre ocorrido;
·
Não ceder aos apelos da criança e mantenha a palavra;
·
Incentive a prática de trabalhos e esportes em grupo (interação social);
·
Não dar atenção a “birras”;
·
Explicar claramente regras e instruções;
·
Explique detalhadamente as consequências em casos de indisciplina;
·
Evite medir forças com a criança, mas seja flexível de vez em
quando;
·
Ao corrigir, olhe diretamente nos olhos e abaixe para ficar no mesmo nível,
com tom de voz firme orientando sobre as regras, Evite retardar ou
desistir de uma ordem quando esta já foi estabelecida;
·
Evite orientar/corrigir a criança na hora da raiva;
·
9. O
que NÃO DEVEM fazer?
·
Utilizar de agressão física/verbal para que obedeça;
·
Orientar a criança à distância (deve orientar olhando para criança e
certificando que ela compreendeu);
·
Dar instruções vagas (por ex.: “seja uma boa criança”);
·
Orientar com muitas explicações (argumentam excessivamente para criança
entender), é bem provável que a criança vá se perder durante as explicações;
·
Orientar em tom ameaçador (em casos onde existe um acontecimento
já instalado, é normal que os professores deem bronca com tom ameaçador para
criança recuar, nesses casos a criança tende a revidar);
·
Pedir que realize alguma tarefa em forma de pergunta (você pode ir
agora fazer as lições de casa? Vai abrir espaço para que a criança pense e diga
não);.
Os pais e a
instituição de ensino:
É importante que os pais compreendam que tanto eles quanto seu filho
precisam da ajuda e apoio dos professores/instituição de ensino. Trazendo-os
para sua causa, faça deles seus parceiros para que juntos possam ter êxito no
desenvolvimento e sucesso do seu filho.
·
Procure estar sempre atento às reclamações da escola e evite levar para
o lado pessoal;
·
Unir forças com professor/instituição. Procurar ser o mais “transparente
possível” já no início, em uma nova escola ou na mudança de ano escolar,
explicando as dificuldades enfrentadas pelo seu filho e quais são suas
necessidades;
·
Ressaltar os conhecimentos adquiridos pelo estudo. Mostrando interesse
pelo aprendizado, pela leitura. Lembre-se de que os pais são os “espelhos” dos
filhos;
·
Procurar minimizar as expectativas. Valorizar cada passo alcançado em
relação a ela mesma (reforço positivo);
·
Fazer com que seu filho realize as atividades escolares em casa, e
respeite as regras estipuladas pelo professor, criando tabela para rotina da
criança.
Compreendendo que os pais apresentam dificuldade no manejo com os filhos
com TDO, então não é difícil imaginar que na escola não deve ser diferente com
o professor, sem mencionar que o professor é responsável por varias crianças.
·
Em se tratando de crianças diagnosticadas com qualquer transtorno, o
primeiro passo para o professor ajudar é buscar informações a respeito do
transtorno, assim poderá ter maior compreensão a despeito das dificuldades
enfrentadas pela criança;
·
Motivar sempre os alunos, tendo em mente que o resultado estará
diretamente ligado à diferença entre a quantidade de reforço positivo em
relação a uma pressão em excesso;
·
Peça ajuda ao aluno com TDO, permitindo assim, motivá-lo, de forma
intermitente, exemplo, apagar a lousa, ajudar na distribuição de materiais para
a classe;
·
Peça gentilmente para o aluno ficar mais próximo de você, sentado
a frente, de preferência longe de janelas ou porta;
·
Evitar criticar na presença de outras crianças, evitando assim uma
indisposição do aluno para com o professor;
·
Procurar ressaltar as regras e anotar na lousa o plano de aula,
bem como as tarefas e datas de provas;
·
Considerar a possibilidade de mudança na forma de avaliação,
possibilitando provas orais ou com maior tempo para a execução ou menor número
de questões, em relação ao restante da classe;
·
Procure tornar o ensino prazeroso, estimulando a participação dos
alunos e a interação social em atividades de grupo;
·
Demonstre percepção dos resultados e progressos alcançados pelo
aluno;
·
Ajude os pais com uma maior comunicação, monitorando os progressos
ou dificuldades, além da participação no controle em anotar as atividades e
datas de provas;
·
Evitar fazer reclamações do aluno ao entrega-lo aos pais na saída.
Qualquer reclamação deve ser feita via agenda ou em particular (agendar
reunião);
·
As tarefas acadêmicas devem ser compatíveis com as habilidades da
criança, ir reforçando passo a passo até igualar com as demais crianças da
classe;
·
Trabalhar questões relacionadas ao planejamento e organização do
estudo na escola e em casa (rotina diária);
·
Intercalar as aulas expositivas ou períodos de estudo com breves
momentos de atividade física, ajudando a minimizar a fadiga e a monotonia de
períodos longos de estudo;
·
Evitar corrigir as lições com canetas vermelhas ou lápis;
·
Criar momentos de descontração para minimizar o stress e ajudar na
socialização com colegas de classe;
·
Procurar compreender que a criança não tem controle dos seus
comportamentos, elas estão tão assustadas quanto todos envolvidos e precisa de
ajuda;
·
É importante comunicar via agenda os comportamentos inadequados,
entretanto é primordial comunicar os comportamentos positivos da criança,
evitando que venham escritas somente reclamações.
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