ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO
A identificação dos indicadores de AH/SD deve ser processual e contextual e ter um objetivo muito claro – contribuir para a definição do tipo de AEE que deve ser oferecido ao aluno.
Porque alunos superdotados passam despercebidos na escola?
1) Pela falta de sensibilidade;
2) Pelo estereótipo do termo “superdotado” e falsas expectativas;
3) Pela não existência de tarefas apropriadas para realmente fazer brotar suas habilidades;
4) Porque não é em todas as áreas que o aluno tem desenvolvimento superior;
5) Vergonha do aluno mostrar suas habilidades, para não se sentir rechaçado, diante de outros colegas.
(Alonso & Benito, 2004
Que estratégias pedagógicas podem ser desenvolvidas?
Existem dois grupos de estratégias de enriquecimento que podem ser utilizadas para compor uma proposta de modelo de atendimento: extracurriculares e intracurriculares
ENRIQUECIMENTO EXTRA CURRICULAR
O enriquecimento do ensino e da aprendizagem de Renzulli e Reis e no nosso modelo de atendimento educacional especializado para alunos com AH/SD ocorre em agrupamentos de enriquecimento ou em grupos menores ou individualmente, com ajuda de parceiros internos ou externos.
É importante frisar, que ele não está vinculado ao conteúdo curricular - não parte do nem deriva no currículo escolar - e, portanto, não é avaliado pelo professor para adjudicar uma nota ao aluno, mas, sim, em função das expectativas e objetivos dos alunos.
METAS E ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
Apresentações artísticas; Artesanato; Participação em projetos fora da escola; Aulas particulares; Feira de ciências; Campeonatos esportivos; Concursos de pintura, desenho, música e fotografia; Corais grupos de dança; e Atividades comunitárias
As alternativas de enriquecimento intracurriculares são aquelas que modificam, flexibilizam e diversificam o “quê, quando e como ensinar” e, conseqüentemente, o “quê, como e quando avaliar” (BRASIL, 1999, p. 31) para atender, neste caso, as necessidades educacionais especiais dos alunos com AH/SD e estão previstas nos PCNs (BRASIL, 1999).
São estratégias propostas e orientadas pelo docente de sala de aula regular ou das diferentes disciplinas, durante o período de aula ou fora dele (tarefas adicionais, projetos individuais, monitorias, tutorias e mentorias), que podem ter como base o conteúdo que ele está trabalhando num determinado momento e cuja proposta pode ser elaborada conjuntamente com o professor especializado ou mesmo com um professor itinerante, quando for necessário.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DECRETO 7.611/2011
PARECER CNE/CEB 13/2009
RESOLUÇÃO CNE/CEB 04/2009
O QUE É?
•“[...] o conjunto de atividades, recursos de acessibilidades e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”.
•O AEE deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a família e articular-se com as demais políticas públicas.
(DECRETO 7.611/11)
A QUEM SE DESTINA?
•Alunos com Deficiência
•Alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento
•Alunos com Altas Habilidades/Superdotação
EM QUE ESPAÇO?
•Sala de Recursos Multifuncionais na própria escola ou em outra do ensino regular, no turno inverso ao da escolarização;
•Centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, sem fins lucrativos, conveniadas com as Secretarias de Educação estaduais, municipais ou do DF, no turno inverso ao da escolarização.
(RESOLUÇÃO Nº 4, de 2 de outubro de 2009)
Artigo 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão sua atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito das escolas públicas de ensino regular, em interface com os NAAH/S e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção de pesquisa, das artes e dos esportes.
(RESOLUÇÃO Nº 4, de 2 de outubro de 2009)
As estratégias incluem pesquisas (individuais ou em pequenos grupos); tarefas diferenciadas; projetos individuais; monitorias; tutorias; mentorias e as três técnicas de modificação do currículo propostas por Renzulli e Reis (1997) – a compactação curricular, a análise e eliminação de conteúdos repetitivos dos livros didáticos e a introdução de conteúdos mais aprofundados no programa.
Monitorias:
quando um aluno já domina o conteúdo programático, que o professor está desenvolvendo e é convidado a auxiliar seus colegas (da sua própria turma ou de turmas anteriores).
Tutorias:
Trata-se de um professor da própria escola ou um voluntário que domina determina tema e se dispõe a trabalhar com esse aluno no aprofundamento de conteúdos ou na consecução de um projeto individual.
Mentorias:
Geralmente são postas em prática por especialistas de uma determinada área (geralmente externos à escola) que trabalham com o aluno em pesquisas ou projetos específicos
ENRIQUECIMENTO:
pesquisas individuais ou em pequenos grupos,
•tarefas diferenciadas;
•aprendizagem com pares,
•projetos individuais que podem ser desenvolvidos aprofundando ou enriquecendo tópicos do conteúdo que está sendo trabalhado em aula. Incentivar a divulgação e apresentação desses trabalhos para os demais alunos da turma.
O MODELO DE ENRIQUECIMENTO ESCOLAR de Joseph Renzulli
Potencial de desempenho representativamente superior em qualquer área determinada do esforço humano e que pode ser caracterizada por dois aspectos:
capacidade de processar as informações, integrar experiências que resultem em respostas adequadas e adaptadas a novas situações e a capacidade de envolver-se no pensamento abstrato.
que consistem nas habilidades de adquirir conhecimento e destreza numa ou mais áreas específicas.
CAPACIDADE ACIMA DA MÉDIA
habilidade geral:
habilidades específicas:
ENVOLVIMENTO COM A TAREFA:
É o expressivo interesse que o sujeito apresenta em relação a uma determinada tarefa, problema ou área específica do desempenho, e que caracteriza-se especialmente pela motivação, persistência e empenho pessoal nesta tarefa.
CRIATIVIDADE
Constitui o terceiro grupo de traços característicos a todas as pessoas com altas habilidades e define-se pela capacidade de juntar diferentes informações para encontrar novas soluções. Caracteriza-se pela fluência, flexibilidade, sensibilidade, originalidade, capacidade de elaboração e pensamento divergente.
ACADÊMICO
competências nas habilidades cognitivas mais valorizados nas situações de aprendizagem tradicional (mais analíticas do que práticas) – habilidades lingüísticas e lógico-matemáticas;
tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, a aquisição, armazenamento e recuperação das informações;
freqüentemente apresenta notas altas na escola;
mais estável, no tempo;
pensamento abstrato;
(Renzulli, 1976,1979,2004)
ênfase no pensamento convergente;
gosta de ler muito;
melhor adaptação ao ritmo da sala de aula;
concentra-se nas atividades que lhe interessam;
consumidor de conhecimento;
é o tipo mais facilmente identificado por testes de QI.
concentra suas leituras em focos específicos;
tem mais dificuldade em estabelecer relações afetivas e de amizade;
percebe a sua diferença e assincronismo como algo negativo;
PRODUTIVO CRIATIVO
extremamente imaginativo, intuitivo e inventivo;
parece ser mais questionador;
modos originais de abordar e resolver os problemas;
não gosta da rotina;
dispersivo quando a tarefa não lhe interessa;
idéias, produtos, expressões artísticas originais;
habilidades mais restritas a um campo específico;
usa mais o pensamento divergente;
muitas vezes seu desempenho é considerado baixo e/ou com falta de motivação;
criatividade a serviço da capacidade e envolvimento diferenciados.
ênfase investigativa (modelo indutivo);
produtor de conhecimento;
picos de rendimento;
Gosta de ler muito e em muitas áreas diferentes;
percebe sua diferença, mas de forma positiva;
tem preocupações sociais muito claras e fortes;
a família é extremamente importante na sua vida;
prefere trabalhar sozinho, mas sempre volta ao grupo.
É tarefa da escola:
•Estimular o desenvolvimento do talento criador e da inteligência em todos os seus alunos, e não só naqueles que possuem um alto QI ou que tiram as melhores notas;
• desenvolver comportamentos de superdotação em todos aqueles que têm potencial;
•desenvolver uma grande variedade de alternativas ou opções para atender as necessidades de todos os estudantes.
(Treffinger & Renzulli, 1986)
METAS E ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
Apresentações artísticas;
Aulas particulares;
Artesanato;
Participação em projetos fora da escola;
Feiras de ciência;
Campeonatos esportivos...
Concursos de pintura, desenho, música, fotografia...
ATIVIDADES DO TIPO I
Atividades ou experiências que exponham os alunos a uma grande variedade de disciplinas, tópicos, questões, ocupações, hobbies, pessoas, lugares e eventos que normalmente não são contemplados pelo currículo do ensino regular
ENRIQUECIMENTO DO TIPO I
(Atividades Exploratórias Gerais)
Definição:Corais, grupos de dança;
Atividades comunitárias...
Experiências e atividades propositalmente elaboradas para expor os alunos a uma ampla variedade de disciplinas, tópicos, assuntos, profissões, hobbies, pessoas, lugares e eventos que geralmente não estão incluídos no currículo regular.
População-alvo:
Todos os alunos da escola.
ENRIQUECIMENTO DO TIPO I
Objetivos:
1) Enriquecer a vida de todos os alunos ampliando o alcance de experiências não abrangidas pelas escola.
3) Oferecer aos professores diretrizes para tomar decisões significativas sobre os tipos de atividades de Enriquecimento do Tipo III que deverão ser escolhidas para determinados grupos de alunos.
2) Estimular novos interesses que poderão levar a uma atividade mais aprofundada (Tipo III) por parte de alunos ou pequenos grupos de alunos.
-Palestras na Escola; - Conversando sobre música; - Clube de xadrez; - Visita a museus . . .
REFERÊNCIAS
PURCELL, J. H.; RENZULLI, J.S. Total Talent Portfolio: a systematic plan to identify and nurture gifts and talents. Mansfield Centre, CT: Creative Learning, 1998.
•RENZULLI, J. O que é esta coisa chamada Superdotação e como a desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Educação, nº 1, v.52, p.75-131, jan/abr, 2004.
•RENZULLI, J.; REIS, S. The schoolwide enrichement model:a how-to guide for educational excellence. Mansfield Center, CT: Creative Learning, 1997.
•VIEIRA, N. J. W. Viagem a “Mojave-Óki”! Uma trajetória na identificação das altas habilidades/superdotação em crianças de quatro a seis anos. Tese(Doutorado) Faculdade de Educação da UFRGS. Porto Alegre, 2005