TEXTO
1
Continho
Era
uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada
de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando
bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
_Você, aí, menino,
para onde vai essa estrada?
_Ela não vai não: nós é que vamos
nela.
_Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
_Eu não
me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé.
Mendes
Campos
*
Há traço de humor no trecho:
(a) ‘‘Era uma vez um menino
triste, magro’’.(L.1)
(b) ‘‘ele estava sentado na poeira
do caminho’’.(L.1-2)
(c) ‘‘quando passou um
vigário’’.(L.2)
(d) ‘‘Ela não vai não: nós é que
vamos
nela’’.(L.4)
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TEXTO
2: O Homem de Meia-idade (Lenda
chinesa)
Havia
outrora um homem de meia-idade que tinha duas esposas. Um dia, indo
visitar a mais jovem, esta lhe disse:
¬--Eu sou moça e você é
velho; não gosto de morar com você. Vá habitar com sua esposa mais
velha.
Para poder ficar, o homem arrancou da cabeça os cabelos
brancos. Mas , quando foi visitar a esposa mais velha , esta lhe
disse, por sua vez:
--E sou velha e tenho a cabeça branca;
arranque, pois, os cabelos pretos que tem.
Então o homem arrancou
os cabelos pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem
tréguas tal procedimento, a cabeça tornou-se-l inteiramente calva.
A essa altura, ambas as esposas acharam-no horrível e ambas o
abandonaram.
A
ideia central do texto é:
(A) o problema da calvície
masculina.
(B) a impossibilidade de agradar a todos.
(C) a
vaidade dos homens.
(D) a insegurança na meia-idade.
TEXTO
3 : O que Disse o Passarinho
Um
passarinho me contou
elefante brigou
com a formiga só
porque
enquanto dançavam (segundo ele)
ela pisou no pé
dele!
Um passarinho me contou
que o jacaré se engasgou
e
teve de cuspi-lo inteirinho
quando tentou engolir,
imaginem só,
um porco-espinho!
Um passarinho me contou
que o namoro do tatu
e a tartaruga
deu num casamento de fazer dó:
cada qual ficou
morando em sua casca
em vez de morar numa casca só.
Um
passarinho me contou
que a ostra é muito fechada,
que a cobra
é muito enrolada
que a arara é uma cabeça oca,
e que o
leão-marinho e a foca...
Xô xô, passarinho,chega de fofoca!
A
pontuação usada no final do verso ‘‘e que o leão-marinho e a
foca...’’(L.20) sugere que o passarinho:
(a) está cansado.
(b) está confuso.
(c) não tem mais fofocas para contar.
(d)
ainda tem fofocas para
contar.
Carta
TEXTO 4
Cecília:
Era
tão bom quando eu morava lá na roça. A casa tinha um quintal com
milhões de coisas, tinha até um galinheiro. Eu conversava com tudo
quanto era galinha, cachorro, gato, lagartixa, eu conversava com
tanta gente que você nem imagina, Cecília. Tinha árvore para
subir, rio passando no fundo, tinha cada esconderijo tão bom que a
gente podia ficar escondida a vida toda que ninguém achava. Meu pai
e minha mãe viviam rindo, andavam de mão dada, era uma coisa muito
legal da gente ver. Agora,ta tudo diferente:eles vivem de cara
fechada ,brigam à toa,discutem por qualquer coisa.E depois,toca todo
mundo a ficar emburrando.Outro dia eu perguntei:o que é que ta
acontecendo que toda hora tem briga? Sabe o que é que eles
falaram?Que não era assunto para criança. E o pior é que esse
negócio de emburramento em casa me dá uma aflição danada. Eu
queria tanto achar um jeito de não dar mais bola pra briga e pra
cara amarrada. Será que você não acha um jeito pra mim? Um
beijo da Raquel.(...) LYGIA BOJUNGA NUNES
Em
‘‘Agora ta tudo diferente:(L.7),a palavra destacada é um exemplo
de linguagem:
(a) ensinada na escola.
(b) estudada nas
gramáticas.
c) encontrada nos livros técnicos.
(d) empregadas
com
colegas.
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TEXTO
5
Como
opera a máfia que transformou o Brasil num dos campeões da fraude
de medicamentos
um dos piores crimes que se podem cometer. As
vítimas são homens, mulheres e crianças doentes –presas fáceis,
capturadas na esperança de recuperar a saúde perdida . A máfia dos
medicamentos falsos é mais cruel do que as quadrilhas de
narcotraficantes.Quando alguém decide cheirar cocaína, tem absoluta
consciência do que coloca no corpo adentro. Às vítimas dos que
falsificam remédios não é dada oportunidade de escolha .Para o
doente,o remédio é compulsório. Ou ele toma o que o médico lhe
receitou ou passará a correr risco de piorar ou até morrer. Nunca
como hoje os brasileiros entraram numa farmácia com tanta
reserva.
Pastore, Karina
Segundo
a autora, ‘‘um dos piores crimes que se pode cometer” é:
(a)
a venda de narcóticos.
(b) a falsificação dos remédios.
(c)
a receita de remédios falsos.
d) a venda abusiva de
remédios.
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TEXTO
6
Realidade
com Muita Fantasia
Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um
homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas
áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de
mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros.
Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de
crítica e alguns já foram publicados no exterior.
Muito atento
às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina
em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas
absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia
é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das
histórias.
Em
sua obra, são freqüentes questões de identidade judaica,do
cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo
acontece no conto‘‘O dia em que matamos James Cagney’’.
A
expressão sublinhada em ‘‘ é ainda um biógrafo de mão
cheia’’(L.2) e (L.3) significa que Scliar é:
(a) crítica e
detalhista.
(b) criativo e inconseqüente
(c) habilidoso e
talentoso.
(d) inteligente e
ultrapassado.
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TEXTO
7
O
Homem que Entrou pelo Cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A
princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou.
E,com a água,foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia
barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que
terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se
tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No
primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava.
Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua
volta era branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina
aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou:
“Mamãe,tem um homem dentro da pia’’.
Não obteve resposta.
Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele
desceu pelo esgoto.
Brandão,
Ignácio de Loyola
O
conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada
pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque:
(a) a menina
agiu como se fosse um fato normal.
(b) o homem demonstrou pouco
interesse em sair do cano.
(c) as engrenagens da tabulação não
funcionaram.
(d) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo
fato.
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TEXTO
8
O Homem de Meia-idade
(Lenda chinesa)
Havia
outrora um homem de meia-idade que tinha duas esposas. Um dia, indo
visitar a mais jovem, esta lhe disse:
¬--Eu sou moça e você é
velho; não gosto de morar com você. Vá hábitar com sua esposa
mais velha.
Para poder ficar, o homem arrancou da cabeça os
cabelos brancos. Mas , quando foi visitar a esposa mais velha , esta
lhe disse, por sua vez:
-E sou velha e tenho a cabeça branca;
arranque, pois, os cabelos pretos que tem.
Então o homem arrancou
os cabelos pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem
tréguas tal procedimento, a cabeça tornou-se-lhe inteiramente
calva. A essa altura, ambas as esposas acharam-no horrível e ambas o
abandonaram.
A ideia central do texto é:
(A) o problema da calvície
masculina.
(B) a impossibilidade de agradar a todos.
(C) a
vaidade dos homens.
(D) a insegurança na
meia-idade.
TEXTO 9: A função da arte
Diego
não conhecia o mar. O pai, Santiago kovadloff, levou-o para que
descobrisse o mar.
Viajaram para o sul.
Ele, o mar,estava do
outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai
enfim alcançaram aquelas alturas de areias, depois de muito
caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.E foi tanta a
imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de
beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando.
Pediu ao pai:
---Me ajuda a olhar!
O
menino ficou tremendo, gaguejando por que:
(a) a viagem foi
longa.
(b) as dunas eram muito altas.
(c) o mar era imenso e
belo.
(d) o pai não o ajudou a ver o mar.
As enchentes de
minha infância
TEXTO 10
Sim,
nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à
varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as
casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa
dos leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com
varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a
gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca
dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam
pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio
cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham
todos dormir em nossa casa.Isso para nós era uma festa, aquela faina
de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se
fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio
atravessava a rua entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os
meninos, torcíamos para ele subir mais e mais.Sim, éramos a favor
da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando
da cama, correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era
uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém
a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva
muito, anunciava águas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a
enchente ia crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de
todas as enchentes.
A
expressão que revela uma opinião sobre o fato ‘‘...vinham todos
dormir em nossa casa’’(L.10), é:
(a) ‘‘Ás vezes chegava
alguém a cavalo...”
b) ‘‘E às vezes o rio atravessava a
rua...’’
(c) ‘‘e se tomava café tarde da noite!’’
(d)
‘‘Isso para nós era uma
festa...’’
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TEXTO
11: A antiga Roma ressurge em
cada detalhe
Dos 20.000 habitantes de Pompéia, só dois
escaparam da fulminante erupção do vulcão Vesúvio em 28 de agosto
de 79d.C.Varrida do mapa em horas,a cidade só foi encontrada em
1748,debaixo de 6 metros de cinzas.Por ironia, a catástrofe salvou
Pompéia dos conquistadores e preservou-a para o futuro, como uma
jóia arqueológica. Para quem já esteve lá, a visita é
inesquecível.
A profusão de dados sobre a cidade permitiu ao
Laboratório de Realidade Virtual Avançada da Universidade Carnegie
Mellon, nos Estados Unidos, criar imagens minuciosas, com apoio do
instituto Americano de Arqueologia. Milhares de detalhes
arquitetônicos tornaram-se visíveis.As imagens até que nas casas
dos ricos se comia pão branco, de farinha de trigo, enquanto na dos
pobres comia-se pão preto de centeio.
Outro megaprojeto, para ser
concluído em 2020, da Universidade da Califórnia, trata da
restauração virtual da história de Roma, desde os primeiros
habitantes, no século XV a.C, até a decadência, no século V.Guias
turísticos virtuais conduzirão o visitante por paisagens animadas
por figurantes. Edifícios, monumentos, ruas, aquedutos, termas e
sepulturas desfilarão, interativamente. Será possível percorrer
vinte séculos da história num dia. E ver com os próprios olhos
tudo aquilo que a literatura esforçou-se para contar com palavras.
A
finalidade principal do texto é:
(a) convencer
(b) relatar
(c)
descrever
d)
informar
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TEXTO
12
Texto
I
Telenovelas
empobrecem o país
Parece que não há vida inteligente na
telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias às 6,7 ou 8
horas da noite é algo muito pior do que os mais baratos
filmes‘‘B’’americanos.Os diálogos são péssimos.As
atuações, sofríveis.Três minutos em frente a qualquer novela são
capazes de me deixar absolutamente entediado -- nada pode ser mais
previsível.
Texto
II
Novela é cultura
Veja -- Novela de televisão aliena?
Maria
Aparecida -- Claro que não. Considerar a telenovela um produto
cultural alienada é um tremendo preconceito da universidade. Quem
acha que novela aliena está na verdade chamando o povo de débil
mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida
é um mar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A
telenovela brasileira é um produto cultural de alta qualidade
técnica, e alguma delas são verdadeira obras de arte.
Com
relação ao tema‘‘telenovela’’:
(a) nos textos I e II,
encontra-se a mesma opinião sobre a telenovela.
(b) no texto I,
compara-se a qualidade das novelas aos melhores filmes
americanos.
(c) no texto II, algumas telenovelas brasileiras são
consideradas obras de arte.
(d) no texto II, a telenovela é
considerada uma bobagem.
TEXTO
13
A floresta do contrário
Todas
as florestas existem antes dos homens.
Elas estão lá e então o
homem chega, vai destruindo, derruba as árvores, começa a construir
prédios, casas, tudo com muito tijolo e concreto. E poluição
também.
Mas nesta floresta aconteceu o contrário. O que havia
antes era uma cidade dos homens, dessas bem poluídas, feia, suja,
meio neurótica.
Então as árvores foram chegando, ocupando
novamente o espaço, conseguiram expulsar toda aquela sujeita e se
instalaram no lugar.
É o que se poderia chamar de vingança da
natureza – foi assim que terminou seu relato o amigo
beija-flor.
Por isso ele estava tão feliz, beijocando todas as
flores – aliás, um colibri bem assanhado, passava flor por ali,
ele já sapecava um beijão.
Agora o Nan havia entendido por que
uma ou outra árvore tinha parede por dentro, e ele achou bem melhor
assim.
Algumas árvores chegaram a engolir casas inteiras.
Era
um lugar muito bonito, gostoso de ficar. Só que o Nan não podia,
precisava partir sem demora. foi se despedir do colibri, mas ele já
estava namorando apertado a uma outra florzinha, era melhor não
atrapalhar.
No
trecho ‘‘elas estão lá e então o homem chega,...’’(L.2), a
palavra destacada refere-se:
(a) flores.
(b)
casas.
(c) florestas.
(d)
árvores.
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TEXTO
14: O cabo e o soldado
Um
cabo e um soldado de serviço dobravam a esquina, quando
perceberam
que a multidão fechada em círculo observava em algo.
O cabo foi logo verificar do que se tratava.
Não conseguindo ver
nada, disse, pedindo passagem:
__Eu sou irmão da vítima.
Todos
olharam e logo o deixaram passar.
Quando chegou ao centro da
multidão, notou que ali estava um burro que tinha acabado de ser
atropelado e, sem graça, gaguejou dizendo ao soldado:
__Ora essa,
o parente é seu.
Revista seleções. Rir é o melhor remédio.
No
texto, o traço de humor está no fato de
(a) o cabo e um soldado
terem dobrado a esquina.
b) o cabo ter ido verificar do que se
tratava.
(c) todos terem olhado para o cabo.
(d) ter sido um
burro a vítima
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