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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

AUTISMO

A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista (Lei n.º 12.764, de 27 de dezembro de 2012), estabelece os direitos das pessoas com espectro autista diagnosticado e como protegê-las no âmbito social.
O autista deve ter seus direitos e deveres garantidos, tendo uma vida digna, com livre acesso ao lazer, integridade física e moral, uma educação de qualidade, previdência e assistência social. Não deve sofrer nenhuma discriminação por sua deficiência. Em relação ao âmbito escolar, a Lei preconiza que o gestor escolar não pode se recusar a matricular qualquer pessoa que com transtornos ou deficiência. (BRASIL, 2012).
O autismo é considerado uma síndrome comportamental que exige um trabalho multidisciplinar de profissionais das áreas medicinal e educacional, com a finalidade de conhecê-lo melhor, avaliá-lo e desenvolvê-lo de forma global. É um transtorno global que se desenvolve na infância, antes dos três anos de idade e que permanece por toda a vida. As principais características, são: as dificuldades de socialização(estabelecer relacionamentos), de comunicação e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas).
É preciso ressaltar que os pensamentos das pessoas autistas são “[...] estruturados visualmente, como uma revista em quadrinhos, sem os balõezinhos, só haverá sujeito, objeto, verbo e sequências.” (CAMARGOS JR., 2013, p. 32) A estrutura de pensamento destas crianças é sintaticamente diferente, pois, normalmente a utilizam de uma forma que não existe na vida real, ou seja, o modo deles refletirem é diferente das demais pessoas.
Não responder ao seu nome, não sabe explicar o que pensa e o que quer, parecer ouvir algumas vezes, mas outras não, ter acessos de raiva intensos ou violentos, apresentar comportamentos e movimentos raros,
ter dificuldades em fazer contato social, parece estar em seu próprio mundo.(GÓMEZ; TERÁN, 2014)
Apresenta desde cedo comportamentos e expressões de resistência a algo que não conhece ou mudanças do seu ambiente social. É como se ela pretendesse permanecer no mesmo ambiente sempre, isto se reflete no seu isolamento, fazendo com que o sujeito crie uma muralha ou uma parede invisível com a finalidade de se distanciar das pessoas.
A escola regular possibilita ajudar a criança autista a amenizar as suas dificuldades de socialização e de linguística. O papel da escola é trabalhar a coletividade e também a individualidade
Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem: atraso ou ausência completa de linguagem falada também é comum em autistas. Quando presente, a fala pode ocorrer completamente fora de contexto, além de apresentar dificuldade em iniciar e manter conversação. Falta de atenção a instruções verbais, e baixa compreensão da linguagem falada. Baixa resistência à frustração (desiste facilmente e pode ficar agressivo se não consegue realizar determinada atividade).


TRABALHANDO A ROTINA
Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária e para auxiliar nessa necessidade, podemos montar a rotina semanal utilizando fichas/cartazes, organizando a rotina diária/semanal do mesmo.

Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece a associação entre a atividade e o símbolo, facilita tanto a comunicação quanto a compreensão ( utilizar placas que tenham desenhos para indicar coisas básicas como: ir ao banheiro, comer, beber água, um brinquedo específico, sair de sala, etc. Essas placas devem ser trabalhadas com o aluno autista e esse, com o tempo, poderá se comunicar com a professora através da linguagem falada).


SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança autista se não forem demonstrados de forma concreta. Alguns não entendem desenhos e, por isso, é recomendável trabalhar
primeiramente com objetos reais e fotos (use métodos visuais concretos para ensinar conceitos numéricos).


Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido para diminuir o contraste. Utilize papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Evite amarelo brilhante que pode incomodar os olhos dos autistas.


Muitas crianças autistas são boas em desenho, em artes e na utilização de computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar com essa fixação é usá-la para motivar os trabalhos da escola. Se a criança gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática usando trens por exemplo;

Estruturação de jogos e atividades (visualização de seu início, meio e fim),

Inclusão de pausas com atividades do interesse da criança, atenção individual.

Os jogos constituem um recurso privilegiado para a aprendizagem e, quando bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão por meio de experiências significativas. Além disso, os jogos, por seu caráter coletivo, permitem que alunos autistas troquem informações, façam perguntas e explicitem suas ideias e estratégias, avançando em seu processo de aprendizagem e comunicação.
a) Jogo da Batalha
b) Jogo 7 cobras
c) Jogo Nunca 10.
d) Jogo dos atributos com bloco lógico:
e) Jogos de mímica:
f) Jogo Uno:
g) Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a percorrer...):
h) Jogos de estratégia (damas, trilha, xadrez, gamão...). Nestes jogos, é preciso que a criança planeje a jogada, faça antecipações de suas próprias jogadas e as do adversário.
i) Quebra-cabeça Desenvolve a observação, concentração, percepção visual e raciocínio.


SUGESTÕES DE ATIVIDADES INTERATIVAS: servem para auxiliar crianças e adultos com autismo a interagir e desenvolver suas habilidades sociais e podem ser realizadas na sala de aula ou no momento da recreação. As atividades podem ser adaptadas à faixa etária, interesses e estágios de desenvolvimento social de cada aluno autista.

*Sinal Verde para Interação: depois de um período de isolamento, a criança demonstrará estar disponível para uma interação social através de um “Sinal Verde”. Geralmente esse sinal verde pode se dar por meio do: contato visual, comunicação verbal ou contato físico.

Caça ao quebra-cabeça Meta: inspirar um aumento do intervalo de atenção compartilhada. Motivações/Interesses: figuras, quebra-cabeças e passeios pela sala/escola. Preparação: imprima da internet ou desenhe uma versão grande de um dos personagens favoritos da criança (Barney, Backyardigans, Mickey, etc.). Plastifique com papel contact (para tornar o material mais durável) e corte em pedaços para fazer um quebra-cabeça. Início da atividade: quando a criança oferecer a você um “Sinal Verde para Interação”, apresente a atividade pegando uma ou duas peças do quebra-cabeça. Explique animadamente que figura será formada quando vocês pegarem todas as peças. Diga também que a maneira de pegar mais peças será ela ir passear pela sala ou pelas dependências da escola com você. Passeie com a criança pela sala e pegue uma peça por vez, e levando-a até a mesa para juntar a peça ao quebra-cabeça. Se a criança não quiser passear com você, procure convidá-la outras vezes quando ela oferecer Sinais Verdes até que ela aceite passear.

Histórias engraçadas. Meta: linguagem oral. Motivação/Interesses: faça uma pilha de cartões com uma palavra ou desenho em cada um. As palavras devem estar relacionadas aos interesses do aluno autista. Inclua nas fichas uma que tenha o ponto de interrogação.
Início da atividade: inicie então uma história utilizando uma cartolina. Inicie a frase e faça uma pausa, pegue um cartão e use a palavra para completar a frase. Se você pegar um ponto de interrogação, você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para escrever naquele ponto da história. Quanto mais engraçada e sem sentido a história, melhor! Descreva a situação de forma animada, divertida e bem detalhada. Procure adicionar na sua descrição vários interesses da criança. Por exemplo, se a criança gosta de humor tipo “pastelão”, inclua na história pessoas escorregando ou deixando coisas cair, etc. Estimule a criança a ter a vez dela. Auxilie a criança a contar a história o quanto
você achar necessário. Quando a criança entender bem o mecanismo do jogo e estiver altamente motivada, comece a introduzir desafios maiores. Ofereça menos auxílio, fique em silêncio e espere que a criança ofereça mais ideias espontaneamente. Se necessário, ofereça algumas dicas relativas à personalidade daquela pessoa específica (Ex.: “Você se lembra como o Beto gosta de conversar o tempo todo? O que você acha que ele faria se o carro dele quebrasse?”).


Utilizando o tangran.
O tangram é extremamente eficiente para o desenvolvimento do raciocínio lógico e geométrico, principalmente no que se refere às relações espaciais. Também desenvolve a coordenação motora fina.

Trabalhando o Corpo Humano Atividades de Ciências podem se tornar lúdicas ao se usar o corpo da criança como molde. Utilizam-se, se necessário, duas folhas de papel madeira para ficar do tamanho da criança. Na frente do espelho, a criança olha o reflexo do próprio corpo e compara com o corpo desenhado no papel. Durante a atividade, a professora explica sobre o corpo humano, o que é, pra que serve... Depois, pode-se buscar na Internet um esqueleto, aumentando-o para o tamanho real da criança. Novamente, a professora explica sobre o esqueleto, o que é, qual a finalidade... A criança recorta todos os ossos e os cola em seus respectivos lugares. Para cada osso que a criança colar, ela deve tocar no osso de um colega e nomeá-lo. Posteriormente, pode-se acrescentar outras partes como: pulmão, coração, cérebro, etc, até chegar nas partes externas, cabelo, pele, unha. Mas lembrando: sempre devemos nomear e explicar cada coisa, pois o que é comum acontecer com muitos autistas é ele falar coisas que não sabem o que significam, ler textos sem entender o que estão lendo, etc.

Desenvolver na criança a capacidade de expor seus pensamentos de forma clara e organizada, situando-se no tempo e no espaço, utilizando este recurso como apoio.

Material: 1 saco de pano, com a inscrição SACO DAS NOVIDADES e o nome da criança abaixo.
Desenvolvimento da atividade:
Cada criança deve possuir seu próprio saco das novidades, que será levado para casa toda sexta-feira. Durante o final de semana, colocará no saco um objeto ou qualquer material que represente ou faça parte de alguma atividade realizada neste período (seja um passeio, uma brincadeira, um lanche, um momento em casa,...).Se não houver
possibilidade de colocar uma representação concreta, que seja então uma folha com um desenho da atividade desenvolvida. O saco das novidades deve ser levado e explorado em sala sempre na segunda- feira. A criança mostra o objeto e conta o que ele significa, que atividade representa, onde e quando foi realizada, quem participou dela.... Se não consegue fazê-lo espontaneamente, o professor pode, num primeiro momento, auxiliá-la fazendo alguns questionamentos: “O que você trouxe aí?”, “É seu? Não? De quem é?”,“Quando fez isto, foi no sábado ou no domingo?”, “Você gostou?”,... Conforme o nível de aprendizagem da turma, após a atividade, pode-se: – fazer o registro individual ou em grupo; escrito ou ilustrado; – montar histórias em quadrinhos que podem ser trocadas entre as crianças para que recontem a atividade do colega em língua de sinais, proporcionando a troca e o desenvolvimento linguístico; – aproveitar algum registro para o trabalho de Português.·estimular na criança a habilidade de expressar-se perante um grupo;

Monta-se um livro em conjunto, onde cada criança faz um desenho e uma frase que resuma a sua novidade. Então se juntam todas as folhas, cria-se uma capa e faz-se o livro do fim de semana.

Atividades de exploração e análise: Coleta de materiais para análise e descrição das partes das plantas.
Os alunos deverão procurar e trazer para a escola raízes, partes de caules, folhas, flores e frutos de diferentes vegetais. Em sala, confeccionarão os cartões com os nomes destas partes e discutirão sobre as diferenças e semelhanças entre elas, bem como as funções de cada uma. Após, montarão um painel sobre a utilidade das plantas, utilizando as partes dos vegetais para complementar as informações do texto.

Jogo de Memória Montar diferentes jogos de memória: utilizar os conteúdos que estejam sendo trabalhados em aula (verbos, meios de transporte, países,...) para fixação ou confeccioná-lo por classificação aleatoriamente (comidas, bebidas, vestuário, brinquedos, animais,...) .



Sugestões:

Como lidar com o colapso mental: que não é falta de limites, na maioria dos casos, nos autistas: https://www.youtube.com/watch?v=q_rfrnOEERc

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