Os professores
sempre me perguntam como trabalhar com alunos com deficiências,
distúrbios de Aprendizagem ou transtornos de comportamento . Eu
poderia enumerar várias metodologias, dicas pedagógicas, formas de
diferenciação curricular, mas não quero falar sobre isso, porque
existem muitos artigos científicos e produções escritas explicando
e orientando os profissionais da educação nestas questões.
O que quero falar
com vocês E ACHO MUITO IMPORTANTE é como funciona o cérebro
destes alunos e sobre como é o emocional destes alunos, e o quanto
é difícil pra eles estar e ser feliz na escola, tendo qualquer tipo
de distúrbio de aprendizagem, principalmente o TDAH.
Sinceramente
professores, para nós, normotípicos, que temos um cérebro que
funciona dentro dos parâmetros da normalidade, quando encontramos
algum obstáculo, temos as funções executivas aptas e prontas para
nos ajudar... nós conseguimos processar toda a informação externa
e conseguimos gerenciar as demandas ao nosso redor, vou citar como
exemplo, quando sabemos que precisamos aprender algum assunto,
conseguimos focar a atenção, seja em uma explicação, em um
vídeo, mas conseguimos manter a atenção sustentada... quando nos
estressamos, conseguimos controlar a impulsividade de alguma ação...
e quando temos um problema para resolver, conseguimos planejar,
tomar decisões, nos organizarmos e termos controle emocional, o que
é muito, mas muito difícil mesmo para esses alunos , já que eles
possuem falha
nas funções executivas , ou seja , nas principais tarefas de
comando e controle do cérebro, o
que ocasiona
distração, hiperatividade, agitação mental, esquecimentos,
desorganização, adiamento crônico, dificuldades em planejamento e
execução e
eu digo a vocês:
eles
não tem culpa, isso
acontece porque o funcionamento do cérebro é diferente, existe uma
lentificação”
de áreas específicas, predominantemente o Lobo Pré-Frontal .
Uma
pessoa sem tdah consegue maior
ativação acontece sempre que é preciso prestar atenção ou manter
o foco em
algo.
Então,
quando
precisamos trabalhar em ambientes barulhentos e cheios de distrações
ou
então
em atividades chatas, cansativas e pouco estimulantes, para
conseguirmos
manter a atenção concentrada, nosso
cérebro se torna mais ativo – os neurônios emitem pulsos
elétricos mais vezes por segundo. Desta forma, ocorre o bloqueio das
distrações e a ativação necessária, por exemplo, para a
elaboração das idéias ao estudar ou resolução de um problema.
NO
tdah , acontece a hipoativação
de áreas cerebrais. Em especial, o córtex pré-frontal é afetado.
Como resultado, parcelas significativas dos neurônios nestas áreas
“trabalham mais devagar” que o esperado. E
a lentificação
é mais intensa justamente durante as atividades que demandam maior
esforço mental. Ou seja, o cérebro fica mais lento quando
precisaria trabalhar com maior intensidade. Daí aparece o déficit
de atenção, esses
alunos sofrem
muito, especialmente quando tentam se concentrar ou fazer um esforço
mental. u
queria dizer a vocês que isto é um sofrim,
esquecimentos, agitação, desorganização, baixo desempenho
Quero
também lembrar vocês que o primeiro
caminho de regulação da atenção são
as mesmas
regiões que controlam basicamente os centros
do medo e do prazer,
intimamente ligados aos mecanismos básicos e instintivos de
manutenção da vida. …Por
esta razão, pessoas com o déficit de atenção tem dificuldade em
focar nas “coisas chatas”. Por outro lado, para elas é fácil
entrar em hiperfoco quando “tem interesse”. Igualmente, sob
pressão dos prazos se concentra mais facilmente. A pressão dos
prazos, o medo do fracasso ativa os centros primitivos, ajudando a
manter a atenção mesmo nas atividades que num momento anterior era
simplesmente deixada de lado.
Quem
sofre com TDA – Déficit de Atenção presta sim atenção, desde
que ela seja capturada por alguma fonte de estimulação poderosa. Ao
mesmo tempo, terá
bastante
dificuldade em exercer controle voluntário sobre o foco,
especialmente diante de estímulos mais fortes e poderosos. E,
naturalmente, os mais poderosos terão sempre vantagem…
Por
isto é tão difícil se manter em tarefas chatas… Para
ninguém é fácil, mas no TDAH pode ser demasiado difícil… quase
impossível! Apesar de todos os avanços da ciência, ainda não se
sabem as causas exatas dos transtornos mentais em geral. Isto vale
tanto para o TDAH – Déficit de Atenção quanto para ansiedade,
depressão, bipolaridade ou esquizofrenia, por exemplo. Por exemplo,
pessoas que tenham passado a infância numa família muito
desorganizada, sem rotinas e hábitos regulares. Ou então que não
tenham sido adequadamente supervisionadas quando crianças e
adolescentes ao fazer as tarefas escolares. Outras podem ter o
péssimo hábito fazer muitas coisas ao mesmo tempo (multi-tarefas).
Todas estas pessoas provavelmente terão problemas em conseguir
realizar suas atividades até o final, mantendo-se concentradas e
focadas em seus objetivos.
Por
outro lado, se a
pessoa
consegue criar rotinas, estará diminuindo a intensidade dos
sintomas. Idem para desenvolver hábitos e mudar seus comportamentos.
Eventualmente, os problemas poderão até mesmo desaparecer. Pois,
não é que TDAH tenha “cura”, mas quando algo deixa de
incomodar, é como se não existisse.
Em
casos leves, os sintomas estão presentes porém os prejuízos são
pequenos, sem afetar significativamente a vida da pessoa, seja no
trabalho, escola ou relacionamentos. Por outro lado, quando os
sintomas são muito frequentes, muito intensos e causam muitos
prejuízos, o caso é considerado grave.
Casos
mais graves podem necessitar intervenções mais intensivas, como
tratamentos multi-modais com terapias comportamentais, uso de
medicação e outras ações para mudança de estilo de vida.
Na
infância, as comorbidades mais
comuns com déficit de atenção são transtornos de aprendizagem,
como dislexia ou discalculia, bem como transtorno
opositivo-desafiador. Em adultos, comorbidades envolvendo
ansiedade, depressão, stress crônico, transtorno-obsessivo
compulsivo, bipolaridade e abuso de drogas precisam ser bem
avaliadas.
Pessoas
com TDAH tem grandes conflitos sobre inteligência. Por um lado,
sentem que são muito criativas, até em grau maior que outros em
geral. Pessoas com potencial elevado e capacidade para grandes
realizações. Por outro lado, tem dúvidas sobre sua real
capacidade, uma “farsa”. Eventualmente, podem até se achar
“burras”, pelos erros tolos por distração e por não
conseguirem fazer tudo aquilo que, racionalmente, sabem que
conseguiriam alcançar.
Duas
coisas, entretanto, são completamente verdadeiras. Em primeiro
lugar, pessoas com TDAH tem realmente maior
dificuldade com execução,
independente de suas capacidades. Neste caso, a comparação entre o
que sentem poder realizar e o que conseguem de fato é muito
discrepante, levando a duvidar da própria inteligência ou inclusive
do caráter, quando se acham “preguiçosas”.
Em
segundo lugar, é também fato que as pessoas com TDAH tem alguns
processos mentais típicos, como “pensar
fora da caixa”.
Por isto, conseguem ser mais criativas
e alcançar destaque em determinados contextos,
no qual suas forças valem mais que as fragilidades.
Por
tudo isto, é extremamente importante o correto diagnóstico e
tratamento. Pois o impacto sobre o desempenho e não alcançar os
objetivos pode ser a consequência indesejada, que pode frustrar e
até destruir a vida de pessoas tão talentosas.
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