ANSIEDADE
NO AUTISTA E TOD – IDENTIFICAÇÃO E TRABALHO PEDAGÓGICO
Na
situação escolar, o professor poderá se deparar com diversas
situações de ansiedade e há uma série de possibilidades de ele
auxiliar seu aluno, como iremos ver a seguir
• É
comum seu desempenho decair quando ele está ansioso e seu rendimento
ficar aquém do esperado.
• O
aluno ansioso está inseguro e muito preocupado com seu desempenho.
Há, portanto, um excesso de preocupação com sua perfomance.
1.
Estreite a relação com seu aluno
• Tenha
o cuidado de reconhecer o aluno em suas capacidades. • Valorize
quando ele demonstra dedicação, iniciativa e interesse em aprender,
mesmo que seja mínimo.
• Elogie
sempre que se dedicar, mesmo que seja por algo simples.
• Fale
com calma e ternura.
• Encoraje-o
a participar e executar tarefas da maneira que puder.
• Procure
conversar em particular (sem expô-lo aos demais alunos) e dizer que
quando se sentir ansioso pode contar com você, professor. Diga que
você sabe como é difícil estar ansioso, que isso é normal e que
todos se sentem desse modo em algum momento da vida.
• Se
coloque a disposição do aluno para conversar quando ele achar que é
importante.
Auxilie
na concentração
• Certifique-se
de que aluno compreendeu as instruções antes de realizar a tarefa
que o deixa ansioso.
• Aproxime-se
algumas vezes e se coloque disponível para tirar dúvidas e dar
esclarecimentos.
• Deixe
que vá tomar uma água e relaxe um pouco antes de retomar a tarefa
que gera tensão.
• Permita
que faça pausas para descansar.
• Organize
provas e tarefas de maneira concisa e desmembrada para facilitar o
nível de atenção.
• Não
o deixe distante de sua mesa, para que ele se sinta cuidado. Ajude-o
a se planejar
• O
aluno deve se sentir capaz. É importante que o aluno ganhe confiança
de que é capaz de se organizar e cumprir suas tarefas e de que o
professor ou um auxiliar de classe podem acompanhá-lo, com alguma
frequência ao longo da semana, colaborando nas formas de se
organizar.
• Sensibilize
o aluno a pedir e receber ajuda. Ensine que a organização nos ajuda
a ficarmos mais tranquilos (e consequentemente diminui a ansiedade),
contudo, como é uma tarefa difícil (se organizar) o adulto está aí
para auxiliá-lo.
• Plantão
de dúvidas e orientações. O professor ou seu auxiliar podem ter
uma hora do expediente escolar disponível para acompanhar,
supervisionar e dar dicas para o aluno encaminhar tarefas de casa.
• Envolva
a família. O apoio dos pais em casa para ajudar na organização e
no ganho de confiança é fundamental.
Muitas
vezes, os próprios pais não tiveram oportunidade de estudar e podem
ficar perdidos em como ajudar os filhos; então ofereça dicas e os
estimule a apoiar os filhos e valorizar o ato de estudar. Ao longo do
desenvolvimento, as crianças sentem a necessidade de ter uma rotina
bem estruturada e necessitam se sentir no controle. Nessa fase, é
comum apresentarem rituais e manias. Você já deve ter visto
crianças que ordenam seus objetos, guardam pertences em caixinhas,
apegam-se a coisas mínimas como papeizinhos ou embalagens.
Seja
flexível se, ao estar ansioso, o aluno precisar de maior tempo para
realizar uma prova ou uma atividade.
• Explique
que o tempo é necessário para seu controle e para se manter a
rotina da turma, mas, se isso o atrapalha em seu rendimento, vocês
podem combinar uma maneira que seja boa para ambos.
• Defina
parceiros (em dupla, trio ou grupo) com os quais a criança ansiosa
se identifique.
• A
atividade cooperativa ameniza a tensão característica do desempenho
individual.
• As
brincadeiras em grupo e os jogos podem funcionar como aquecimento
antes de tarefas que despertem tensão (provas, apresentações etc.)
• O
aluno ansioso e um colega mais íntimo podem ser convidados a
auxiliar o professor com papelada, organização de sala, recados
etc.
• Divida
com os pais da criança ansiosa suas preocupações em relação a
ela. Combine com outros professores de manter postura de
encorajamento e acolhimento em relação à criança ansiosa.
Comportamento
de retraimento será comum em crianças tímidas, muito ansiosas ou
em crianças que estão sentindo tristeza. A grande preocupação
está no fato de a criança não ser percebida e de que o
comportamento restringe suas possibilidades de aprendizagem e de
desenvolvimento social. Retraimento
• Prefere
estar sozinho e com o mínimo de contato e interação. • Apresenta
ansiedade e preocupação intensa com a opinião do outro.
• Apresenta
preocupação intensa com o seu desempenho, mas fica paralisado para
pedir ajuda e tirar dúvidas.
• Não
se mostra envolvido ou engajado em uma atividade.
• Se
sente muito desconfortável na presença de outras pessoas. • É de
poucos amigos.
• Sente-se
incapaz de relaxar: algumas crianças sentem-se tensas o tempo todo e
têm muita dificuldade em parar de se preocupar com os fatos do
cotidiano.
• Permanece
sozinho e distante na hora do pátio.
• Não
fala espontaneamente, fala baixo, usa monossílabo para responder
perguntas.
• Evita
proximidade com pessoas novas.
• Evita
contato visual.
• Tem
dificuldade de decidir e escolher, mostrando-se dependente.
• Sob
pressão, sente-se muito acuado, pode ter reações fisiológicas
como dor de barriga, dor de cabeça, vontade de vomitar.
• Não
tira suas dúvidas.
• Senta-se
distante dos colegas.
• Espera
passar pelo período da aula sem ser notado pelo professor.
• Segue
regras facilmente.
• Dificilmente
se envolve em brigas ou discussões
O
desequilíbrio emocional varia de um desconforto controlável em
situações sociais e, em casos extremos, pode chegar a um medo
irracional que traz prejuízo para a sociabilidade do indivíduo;
apesar do desejo de ter amigos e se entrosar em grupos
Algumas
dicas práticas:
1-
Sentar perto da mesa do professor
• Ao
estar perto do professor o aluno pode se sentir acolhido e percebido.
• Poderá se sentir fora do foco dos colegas.
• A
presença próxima do professor auxilia o aluno a manter o nível de
concentração na tarefa de modo mais eficiente.
• A
proximidade abre o canal de comunicação e propicia melhora no
vínculo com o professor. Seja empático.
2.
Estreite seu vínculo com o aluno
• Tente
entender por que ele se sente retraído ou por que se isola.
• Procure
conversar com seu aluno em particular, sem que ele se sinta exposto.
• Diga
que você, como professor, está disponível para auxiliá-lo no que
for preciso para ele se sentir à vontade na sala e poder acompanhar
o andamento da aula.
• Pergunte
se pode auxiliá-lo em alguma preocupação que tenha.
• Diga
que pode tentar ajudá-lo a compreender alguma sensação ruim que
ele possa sentir em sala de aula ou na escola, e que ele pode se
sentir melhor dividindo seu problema com alguém em que confie.
• Aproxime-se
da família. Procure os adultos que são responsáveis pelo aluno e
divida suas impressões, sem julgamentos, apenas para auxiliar.
• Não
comente sobre ele em sua presença, nem para seus colegas ou pessoas
que possam expor seus comentários a ele, mesmo que sejam
preocupações genuínas e bem intencionadas. Fale sempre com ele e
para ele.
• Evite
expressar grandes expectativas quanto a ele para que não se sinta
mais pressionado. É importante que o aluno se aproxime do professor,
e não se afaste.
3.
Mantenha-se interessado pelo aluno
• Valorize
seu desempenho. Elogie o aluno.
• Peça
o auxílio dele para elaborar alguma atividade, sempre atento para
não deixá-lo exposto.
• Indique
como é importante que ele se aproxime de um ou dois colegas com quem
sinta afinidade. Propicie atividades em minigrupos definidos por
você.
• Descubra
seus interesses e talentos e explore. Crie projetos nos quais ele
possa se envolver.
• Proponha
tarefas breves e não muito complexas para que ele perceba seu
rendimento e se fortaleça. Aos poucos, você pode aumentar a
dificuldade das atividades conforme ele responder e reagir
positivamente.
4.
Busque colegas que sejam parceiros
• Identifique
bons colegas! Muitas vezes, a troca efetiva com outra criança que o
procure com o propósito de fazer uma atividade proposta pelo
professor auxilia muito na aproximação desse aluno ao grupo.
• Evite
nomear “colegas-modelo” de maneira comparativa. Frequentemente, o
adulto nomeia outra criança como um exemplo a ser seguido, tornando
o convívio social com essa criança opressor.
• Não
espere que o aluno retraído passe a ter muitos amigos. Sempre aos
poucos, se ele fizer um ou dois será uma grande conquista. • Se a
interação com colegas for muito sofrida, não insista e não force
situações.
• Dinâmicas
de grupo podem ser bem-vindas. Proponha jogos ou brincadeiras que
forem pertinentes para a aula e para o grupo como um todo, e que
possibilitem a interação social, como rodas de conversas,
encenações de situações cotidianas, aprendizado de boas maneiras
de convívio social. Sempre cuidando para respeitar o aluno retraído
no que ele pode contribuir, mesmo que prestando atenção e se
mostrando interessado no grupo, isso já seria um grande ganho!
5.
Troque suas impressões com outros professores
• Divida
suas preocupações com sua equipe escolar.
• Pensem
em formas de compreender melhor o problema e vejam o que está ao
alcance da escola.
• Combine
com outros professores de manter postura de encorajamento e
acolhimento em relação à criança retraída.
• Reconheçam
quando é necessário pedir ajuda de especialistas sempre que suas
possibilidades de intervenção não forem suficientes.
6.
Aproxime-se da família
• Procure
os pais e responsáveis para contar suas impressões.
• Ouça
as noticias que eles lhe trazem sobre essa criança em casa.
• Procure
entender a dimensão da dificuldade e identificar se são necessárias
intervenções mais especializadas.
• Nas
situações em que não seja identificada gravidade que precise de
auxílio especializado, além do apoio da escola e da família,
estimule os pais a valorizar o filho e auxiliá-lo a superar
dificuldades.
• Encontre
com os pais uma maneira de se comunicarem e se manterem atualizados
com progressos ou dificuldades que estejam passando em casa e na
escola. Outra característica com que o professor pode ser deparar em
sala de aula diz respeito à presença de crianças que apresentam
falta de motivação, desânimo, cansaço ou estafa. Esses são
padrões que também podem estar relacionados à tristeza ou a algum
conflito emocional que o aluno esteja vivendo. Muitas vezes, a
manifestação de desânimo pode estar diretamente associada a um
problema de saúde física: processo inicial de alguma doença,
anemia, entre outras condições de saúde. Porém, já sabemos que
as crianças também manifestam dificuldades e problemas como os
adultos, e que algumas vezes esses comportamentos podem ser
temporários, pontuais, e se forem persistentes merecem ainda mais
atenção. Uma criança sem vontade de realizar atividades, que não
demonstra interesse pelas tarefas, que parece cansada ou sonolenta
com frequência demonstra que algo não está bem em sua rotina ou em
seu bem-estar físico e mental. Essas características podem ser
formas de reação emocional diante de problemas pessoais
corriqueiros ou mais complexos Desânimo e desmotivação .Tristeza
pode ser um sentimento ou um estado de ânimo. É comum a todos nós
e pode variar em sua intensidade e duração.
Uma
criança ou adolescente podem sentir tristeza de forma transitória,
contudo, se esse sentimento persiste e se intensifica, pode trazer
prejuízos à criança. Nessas situações, é importante que a
criança seja observada de perto para se checar a necessidade do
auxílio de especialistas.
Algumas
dicas práticas
1.
Na sala de aula
• Coloque
o aluno sentado em sua frente ou o mais perto possível de sua mesa.
Desse modo, você pode auxiliá-lo para que mantenha o foco na
atividade.
• Permita
que ele saia um pouco da sala para dar uma caminhada no pátio, mas
logo retornar, se essa movimentação auxiliar que desperte e se
concentre um pouco melhor. Nesse caso, você pode mantê-lo sentado
perto da porta para que possa sair (com sua permissão) e sem chamar
muita atenção dos demais alunos.
• Defina
com ele os objetivos que ele tem em aula a cada dia. • Dê retorno
frequente sobre o progresso do aluno.
• Ajude-o
a criar estratégias para resolver ou encaminhar tarefas. • Ajude-o
na organização e no planejamento do seu dia.
• Promova
oportunidades para interações positivas com seus pares, como
trabalhar em um grupo pequeno.
• Modifique
atividades de classe e lição de casa com intuito de acomodar os
níveis de humor e energia que o aluno apresenta (por exemplo, dar
mais tempo, dar tarefas mais curtas).
• Forneça
cópias de anotações realizadas em classe e folhas de orientação
de estudo antes de provas para ajudar o aluno a se focar e ter um
guia de estudo.
• Divida
projetos grandes em partes menores e em tarefas possíveis de ser
realizadas pela criança. Ajude a planejar a distribuição do tempo.
• Selecione uma tarefa de cada vez para ele realizar. • Escreva
instruções de forma completa na lousa.
• Se
esse mesmo aluno estiver com problemas de sono de manhã (por estar
usando alguma medicação ou por estar com insônia), permita que ele
chegue mais tarde à escola, reduzindo o período de tempo da criança
na escola ou colocando os assuntos mais complexos em momentos em que
a criança esteja mais alerta.
• Modifique
o estilo de suas provas. Pense em um modelo de prova no qual ele se
concentre. Por exemplo, provas de múltipla escolha costumam auxiliar
na manutenção da atenção e no auxílio à evocação das
informações na memória.
• O
aluno tem dificuldade para se engajar e se dedicar às atividades.
• O
aluno pode mostrar-se retraído ou isolar-se (como aprendemos no item
anterior).
• O
aluno desanimado pode também estar mal-humorado.
• Há
prejuízo na concentração e, consequentemente, na capacidade de
memorizar novas informações.
• O
rendimento escolar decai diante da condição de desânimo. • O
aluno desmotivado apresenta pensamentos pessimistas.
• É
comum a perda de interesse por atividades que antes lhe agradavam e
entusiasmavam.
• Pode
se mostrar irritadiço.
• A
criança pode parecer sonolenta e desvitalizada.
• Pode
haver diminuição do apetite.
• Mantenha
contato constante com os pais (agenda, telefone, pessoalmente) para
irem dividindo as dificuldades e os avanços
• Aumente
o tempo de duração das provas para que ele possa terminá-la. •
Permita que ele faça uma pausa durante a prova, se isso puder
auxiliá-lo.
• Marque
as provas para o período do dia em que o aluno esteja mais alerta.
• É
importante que o aluno possa sentir que consegue aprender, por isso
esses esforços são fundamentais.
2.
Divida suas impressões com a família da criança
• Agende
um horário com os pais ou os responsáveis pelo aluno.
• Investigue
como esse aluno tem estado em casa: afazeres, interesses.
• Dê
exemplos para os pais de suas impressões para que eles se
familiarizem com o que você está falando e até reconheçam
situações parecidas em casa que podem estar passando despercebidas.
• Pergunta
sobre o ritmo do sono e alimentação nos últimos tempos.
• Sensibilize
os pais que o auxilie para se concentrar na lição de casa.
A
sensação de pertencimento e de apoio é um fator importante para o
bom desempenho acadêmico e para a presença de comportamentos
saudáveis
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