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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Transtorno Opositivo Desafiador - ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS A PROFESSORES E PAIS


Transtorno Opositivo Desafiador : Conhecer faz toda a diferença

O TOD é dividido em três eixos:

– Humor raivoso/irritável

– Comportamento questionador/desafiante;

– Índole vingativa 

Com frequência é sensível ou facilmente incomodado; é raivoso e ressentido; perde a calma;
Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos;
Frequentemente desafia ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade;
Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas;
Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento;
Às vezes, tem comportamento malvado e/ou vingativo.

Na escola:

– Discute com professores e colegas;
_ Recusa-se a trabalhar em grupo;
– Não aceita ordens;
– Não realiza deveres escolares;
– Não aceita críticas;
– Deseja tudo a seu modo;
– Responsabiliza os outros por seu comportamento.

É um processo longo e são necessárias várias intervenções a fim de se alcançar resultados positivos no tratamento, tais como:
Medicamentosa – esse tratamento não é curativo. Objetiva reduzir os sintomas para facilitar as ações de pais e professores, dando qualidade de vida à criança, à família, amigos, professores e todas as outras pessoas que interagem com a criança e favorecendo o trabalho dos profissionais envolvidos com o tratamento;

Tratamento psicossocial – utiliza estratégias para auxiliar na melhora das relações sociais.
Terapia Cognitivo -comportamental – ABA- que são principais ferramentas para diminuir o negativismo e melhorar as habilidades de comunicação, controle de impulso, da raiva e da agressividade, além de treinar habilidades de resolução de problemas.

Terapia familiar – Terapia de manejo familiar- para melhorar o diálogo, a comunicação entre os membros da família; técnicas comportamentais, estruturais e de comunicação objetivam o funcionamento do sistema familiar e o comportamento positivo da criança em diferentes ambientes.

Psicoeducação escolar – programas pedagógicos direcionados aos profissionais da educação e todos os funcionários que tenham contato com a criança informando e orientando sobre o transtorno, a fim de reintegrar o aluno na sala de aula e no recreio; estratégias comportamentais, associadas ao treinamento em habilidades sociais e aulas de reforçoe/ou apoio especializado, podem auxiliar bastante para um melhor prognóstico desses alunos.

Método de reforço positivo com elogios, contrato de comportamentos, premiação;
Prática esportiva – para fortalecer a autoestima da criança.
Suas causas são complexas e multifatoriais. Existem os fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Transtornos associados ao TOD: TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), Transtorno de ansiedade generalizada, depressão infantil, Transtorno de humor bipolar, autismo, entre outros.

– Avaliação e Diagnóstico
A avaliação tem início com uma entrevista médica com os pais ou responsáveis pela criança, investigando os sintomas, as características e os danos nas relações afetivas que motivaram a busca por ajuda.

A avaliação comportamental completa se divide em 5 etapas:

1.Avaliação com pais ou responsáveis sem a presença do filho – anamnese;
2. Avaliação escrita e dissertativa sobre o rendimento escolar, o comportamento em sala de aula e no recreio, a interação social com os colegas e adultos da instituição;
3. Avaliação complementar de outros profissionais;
4. Aplicação complementar de testes padronizados;
5. Avaliação da criança – capacidade e habilidade de comunicação, interação social, atenção, memória, pensamento, inteligência, linguagem, afetividade e humor.

Concluída a avaliação detalhada o médico poderá optar por uma intervenção interdisciplinar envolvendo profissionais como psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, psicomotricista, psicopedagogo, entre outros.

O professor tem que saber especificidades do Transtorno e buscar estratégias a fim de minimizar essas condutas.

Dicas:
Planejar as atividades da aula, não proporcionando aos alunos tempo ocioso que gera conduta inadequada;
Planejar as atividades adequadas para cada aluno, ou seja, não deixar o aluno ficar sem ter o que fazer, ou seja, tempo livre, pois é nesse tempo livre que o aluno se dispersa e com isso, gera a conduta de forma inadequada. Por exemplo: a criança começa a ficar agitada e a incomodar fazendo outras coisas.

TOD é característico de padrões constantes de condutas desafiantes, agressivas e anti-sociais. É um certo tipo de desvio de atenção, por exemplo: A criança ao fazer uma atividade, não tem atenção por muito tempo, fica dispersa, começa a fazer outras coisas ou conversar sobre outras coisas que não são referentes a atividade. Enfim é não ter foco.

Estratégias que podem ser utilizadas na escola

Para alunos diagnosticados com TOD, é importante estabelecer: regras claras e simples, solicitar que a criança repita as ordens, não estabelecer comandos em forma de perguntas, não dar espaço para que a criança diga não, evitar conversas em momentos de raiva, elogios e recompensas são mais adequados que punições para modificar comportamentos, assim como reconhecer e reforçar pequenos avanços de comportamentos adequados e tolerar os momentos em que a criança demonstra frustração.
Utilizar mais reforços de extinção – um comportamento “”sem IBOPE”” provavelmente sairá do ar.
Sempre utilizar reforços positivos, pois se a qualquer comportamento adequado (mesmo que para pais e professores não passe de mera obrigação), houver recompensa e/ou reconhecimento, esse tipo de comportamento tende a aumentar cada vez mais.
Quando se pretende modificar um comportamento indesejável, deve-se decidir por qual o comportamento positivo quer substituí-lo, para depois ir punindo o comportamento oposicional indesejável, com punições brandas, como por exemplo, a perda de privilégios, mantendo a relação de uma punição para três ou mais situações de elogio e recompensa. A tendência é a extinção natural das punições.
Não se deve perder a perspectiva dos objetivos, evitando a irritabilidade, a impaciência, a confusão e atitudes enfurecidas frente ao aluno. 
É necessário manter o ritmo, respirando fundo e lembrando que o adulto é o educador.
Deve-se ter muita sabedoria e paciência para equilibrar amor com regras e limites claros na educação.
Objetiva-se a preparação da criança e/ou adolescente para viver em sociedade, para que se integre, com boa auto-estima, sabendo respeitar limites (seus e dos outros).
Olhar de fora da cena, como se fosse um estranho imparcial, racional, sem qualquer envolvimento emocional.
Deve-se enfocar o comportamento negativo, deficiente e destrutivo que necessita ser mudado, lembrando sempre que o aluno tem uma incapacidade, uma dificuldade, e não falta de caráter: ele não consegue controlar o que fala ou faz e com certeza tem qualidades e potenciais a serem valorizados.


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