PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL – ORIENTAÇÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO
Referente
à audição, podem:
• Parecer
não ouvir bem, mesmo tendo uma audição dentro dos padrões de
normalidade;
• Procurar
pistas visuais no rosto do falante;
• Apresentar
déficit em entender e, por consequência, seguir regras e ordens,
principalmente quando são faladas sequencialmente (por exemplo:
“preciso que você vá até seu armário e pegue sua jaqueta
branca, sua calça preta, sua meia azul e sua camiseta amarela”);
• Demorar
em escutar e/ou entender quando chamado. Apresentam dificuldades para
entender de imediato o chamado do interlocutor, e precisam ser
chamados mais de uma vez;
• Apresentar
dificuldades em localizar a fonte sonora; • Pedir para repetir a
conversa, durante o diálogo, ou utilizar muito as expressões:
“hã?”, “o quê?”, “como?”, “não entendi?”. Podem,
também, ocorrer as seguintes situações: – Eu sei o que você
falou, mas não entendi o que você disse. Dá para repetir?? –
Quê? O que você falou depois de menina??? – Você falou o quê?
Tente ou sente?? – Quero dizer uma coisa, mas não acho a palavra
certa...Espera aí, tá na ponta da língua?
• Ter
dificuldade para entender a conversa em ambientes que apresentem
ruídos ou barulhos;
• Ter
dificuldade para entender e acompanhar uma conversa quando tem muitas
pessoas conversando ao mesmo tempo; • possuir dificuldade para
lembrar o que foi dito, e ter dificuldades para memorizar;
• Apresentar
dificuldades em manter a atenção auditiva;
• Há
cansaço ou atenção curta para sons em geral;
• apresentar
dificuldades em aprender músicas ou ritmos.
Referente
ao comportamento social, podem possuir:
• Distração;
• Ansiedade
e impaciência;
• Impulsividade;
• Agitação;
• Tendência
ao isolamento (sentem-se frustrados ao notarem suas falhas, na escola
ou em casa);
• Desorganização.
Referente
à linguagem expressiva, podem:
• Ter
alterações em alguns sons da fala;
• Ter
dificuldades em se expressar no que se refere ao uso das estruturas
gramaticais;
• Apresentar
dificuldades em lembrar palavras durante a conversa;
• Ter
dificuldade em compreender ideias abstratas, piadas ou expressões
com duplo sentido;
• Apresentar
dificuldade em perceber os aspectos prosódicos de fala, como ritmo,
entonação e dar ênfase na sílaba tônica;
• Manifestar
deficit em contar história, apresentando dificuldades em manter uma
sequência lógica, bem como em repassar recados. Confundem-se ao
contar fatos ou histórias. Referente à linguagem escrita e leitura,
podem:
• Na
escrita, apresentar trocas de letras com sons parecidos,
principalmente surdos e sonoros (p/b, t/d, f/v, k/g, s/z, / Ž / Š ).
• Ocorrer
a inversão de letras (b, p, d, q), principalmente na escrita;
• Apresentar
disgrafia, que é também chamada “letra feia”;
• Possuir
dificuldades em elaborar um texto, resgatar ideias e organizá-lo
através da escrita;
• Apresentar
dificuldades em compreender o que lê, principalmente uma informação
abstrata;
• Ter
dificuldades em acompanhar o ritmo do ditado;
• Ocorrer
deficit na interpretação dos problemas de matemática.
Referente ao desempenho escolar, podem:
Referente ao desempenho escolar, podem:
• Apresentar
problemas de memória de nomes, números etc.;
• Precisar
copiar as tarefas dos outros em sala de aula, pois
ficam atrasados;
ficam atrasados;
• Apresentar
dificuldades com regras de acentuação gráfica;
• demonstrar baixo rendimento escolar na leitura, gramática,
• demonstrar baixo rendimento escolar na leitura, gramática,
Ortografia
e na interpretação da leitura, influenciando assim, em várias
matérias.
Algumas
das comorbidades mais encontradas:
• Desvio
fonológico;
• Dificuldade
de aprendizagem;
• Distúrbio/
Transtorno de Aprendizagem (Dislexia, Disortografia, Disgrafia,
Discalculia);
• Transtorno
do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
• Distúrbio
Específico de Linguagem (DEL).
CAUSAS
As causas das alterações nas habilidades auditivas podem ser as
mais variadas possíveis, porém, podem ser destacados os seguintes
fatores, segundo (ALVAREZ, CAETANO e NASTAS, 1997; MUSIEK e
CHERMAK,1997):
• Otites
frequentes na primeira infância. A presença de processos alérgicos
e respiratórios, tais como sinusites, hipertrofia de adenoides e
amígdalas, rinites e até mesmo refluxo gastroesofágico ou
laringofaríngeo estão comumente associados;
• Febres
altas e contínuas;
• Alterações
de ouvido médio e interno;
• Pouca
estimulação auditiva durante a primeira infância pode gerar uma
imaturidade das estruturas do sistema nervoso central;
• Hereditariedade
– um grande número de casos de pais e filhos apresentam
características semelhantes;
• Alterações
neurológicas, como doenças neurodegenerativas, alterações
causadas por anoxia neonatal, epilepsia, entre outros;
• Alcoolismo
materno ou uso de drogas psicotrópicas na gestação;
• Indivíduos
que utilizam álcool e drogas psicotrópicas por tempo prolongado;
•Prematuridade,
permanência em incubadora, hiperbilirrubinemia e peso de nascimento
inferior a 1.500 g;
• Problemas
congênitos (rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e
toxoplasmose);
• Deficit
cognitivos;
• Síndromes
neurológicas;
• Psicose;
• transtorno do espectro autista
SUBPERFIS
PRIMÁRIOS DO PAC PROBLEMAS/DIFICULDADES
CARACTERÍSTICAS:
Deficit
de decodificação auditiva
– Dificuldade em analisar características entre sons da fala, nas tarefas que exigem discriminação ou reconhecimento de sons.
– Demonstra déficit em compreender a fala pela dificuldade de discriminação auditiva, especialmente em ambientes ruidosos, e solicita, por isso, repetições frequentes. Além disso, pode apresentar defasagem na compreensão da leitura.
– Tende a apresentar um vocabulário reduzido, substituições de letras na fala e/ou na escrita (traço de sonoridade). Deficit de prosódia ou não verbal
– Dificuldade na compreensão e/ou na utilização das características suprassegmentais da fala, por exemplo, compreender e emitir enunciados que expressem emoções ou pensamentos e compreender sarcasmos ou expressões não literais.
– Este deficit expressa-se numa fala monótona com ausência de marcadores de ênfase.
– Apresenta dificuldades em compreender a intenção da mensagem, acompanhar o ritmo, entender piadas, associar som-símbolo, compreender leitura. Suas maiores defasagens seriam nas aulas de cálculo, geometria, música e artes.
– Dificuldade em analisar características entre sons da fala, nas tarefas que exigem discriminação ou reconhecimento de sons.
– Demonstra déficit em compreender a fala pela dificuldade de discriminação auditiva, especialmente em ambientes ruidosos, e solicita, por isso, repetições frequentes. Além disso, pode apresentar defasagem na compreensão da leitura.
– Tende a apresentar um vocabulário reduzido, substituições de letras na fala e/ou na escrita (traço de sonoridade). Deficit de prosódia ou não verbal
– Dificuldade na compreensão e/ou na utilização das características suprassegmentais da fala, por exemplo, compreender e emitir enunciados que expressem emoções ou pensamentos e compreender sarcasmos ou expressões não literais.
– Este deficit expressa-se numa fala monótona com ausência de marcadores de ênfase.
– Apresenta dificuldades em compreender a intenção da mensagem, acompanhar o ritmo, entender piadas, associar som-símbolo, compreender leitura. Suas maiores defasagens seriam nas aulas de cálculo, geometria, música e artes.
Deficit
de integração auditiva
– Caracteriza-se pela dificuldade em realizar tarefas que requerem a comunicação inter-hemisférica, como as tarefas multimodais. Em geral, apresenta dificuldades em reconhecer e utilizar os padrões de informação e possui o processamento mais lento.
– O indivíduo apresenta dificuldades em desempenhar e integrar tarefas ou estímulos que tenham mais de duas modalidades sensoriais ao mesmo tempo, por exemplo, informações auditivas com estímulos visuais e/ou táteis, e em integrar informação auditiva verbal com a não verbal ao mesmo tempo, como leitura e escrita ou ditado.
– Caracteriza-se pela dificuldade em realizar tarefas que requerem a comunicação inter-hemisférica, como as tarefas multimodais. Em geral, apresenta dificuldades em reconhecer e utilizar os padrões de informação e possui o processamento mais lento.
– O indivíduo apresenta dificuldades em desempenhar e integrar tarefas ou estímulos que tenham mais de duas modalidades sensoriais ao mesmo tempo, por exemplo, informações auditivas com estímulos visuais e/ou táteis, e em integrar informação auditiva verbal com a não verbal ao mesmo tempo, como leitura e escrita ou ditado.
SUBPERFIS
SECUNDÁRIOS DO PAC SUBPERFIL PROBLEMAS/DIFICULDADES
CARACTERÍSTICAS:
Deficit de associação auditivolinguístico
– Caracteriza-se pela incapacidade em aplicar as regras da linguagem à informação auditiva de entrada.
– Tem dificuldades em compreender a linguagem, incluindo dificuldades sintáticas e semânticas e, especialmente, mensagens linguisticamente mais complexas.
– Apresenta dificuldades em atribuir significado linguístico, pior compreensão de linguagem oral do que escrita, e suas maiores dificuldades ocorrem nas atividades acadêmicas com demanda linguística. Deficit de organização de saída/ resposta
– Dificuldades em organizar, sequenciar, planejar ou evocar respostas adequadas, assim como dificuldades no planejamento motor.
– Geralmente apresenta dificuldades em lembrar certas informações, mesmo que estejam armazenadas, bem como em sequencia lógica.
– Neste subperfil verificam-se dificuldades no seguimento de instruções orais, nas funções executivas e nas habilidades que dependem da memória.
Deficit de associação auditivolinguístico
– Caracteriza-se pela incapacidade em aplicar as regras da linguagem à informação auditiva de entrada.
– Tem dificuldades em compreender a linguagem, incluindo dificuldades sintáticas e semânticas e, especialmente, mensagens linguisticamente mais complexas.
– Apresenta dificuldades em atribuir significado linguístico, pior compreensão de linguagem oral do que escrita, e suas maiores dificuldades ocorrem nas atividades acadêmicas com demanda linguística. Deficit de organização de saída/ resposta
– Dificuldades em organizar, sequenciar, planejar ou evocar respostas adequadas, assim como dificuldades no planejamento motor.
– Geralmente apresenta dificuldades em lembrar certas informações, mesmo que estejam armazenadas, bem como em sequencia lógica.
– Neste subperfil verificam-se dificuldades no seguimento de instruções orais, nas funções executivas e nas habilidades que dependem da memória.
ORIENTAÇÕES
AOS PROFESSORES, PAIS E TERAPEUTAS Os indivíduos com dificuldades em
processar as informações auditivas devem utilizar algumas
estratégias compensatórias (facilitadoras).
Seguem,
abaixo, algumas estratégias que podem ajudá-los, porém,
orientações e atividades mais específicas e direcionadas
exclusivamente para cada habilidade auditiva alterada são fornecidas
pelo fonoaudiólogo que realizou o exame do Processamento Auditivo
Central e/ou durante o treino auditivo com o fonoaudiólogo da
reabilitação auditiva.
Dessa
forma, estão listadas algumas orientações mais gerais, que podem
ser utilizadas pelos professores, terapeutas e familiares:
1.
Antes de começar a falar ou passar alguma solicitação, você deve
ganhar a atenção auditiva do indivíduo com TPA, chamando pelo nome
ou dando-lhe leves toques no ombro, garantindo que ele esteja olhando
para você quando estiver falando;
2.
Conscientizá-lo de que ele possui alguma dificuldade para entender a
informação e que, durante uma conversa, deve olhar atentamente para
o falante e evitar realizar movimentos físicos enquanto escuta;
3.
Falar próximo ao indivíduo, de frente para ele. À medida que a
terapia melhore as habilidades do processamento auditivo, aumentar
gradativamente a distância;
4.
Exponha o conteúdo falando de frente, com boa articulação,
utilizando entonação rica e pausas nítidas. Que a fala/discurso/
conteúdo contenha uma linguagem clara e concisa, sem ambiguidades e
que as informações sejam fragmentadas em partes menores para que
possa ser entendido efetivamente o conteúdo;
5. Quando for dada alguma orientação ou ordem, deve sempre se certificar que o indivíduo compreendeu a informação fornecida, pedindo que ele repita o que deve ser feito e não apenas perguntar se ele entendeu;
6. Caso não seja entendida a informação por completo, repetir a mesma ordem ou a mesma explicação quantas vezes forem necessárias, com frases e palavras diferentes, reestruturando a mensagem e não simplesmente repetindo a mesma frase.
5. Quando for dada alguma orientação ou ordem, deve sempre se certificar que o indivíduo compreendeu a informação fornecida, pedindo que ele repita o que deve ser feito e não apenas perguntar se ele entendeu;
6. Caso não seja entendida a informação por completo, repetir a mesma ordem ou a mesma explicação quantas vezes forem necessárias, com frases e palavras diferentes, reestruturando a mensagem e não simplesmente repetindo a mesma frase.
Seguem
algumas orientações mais específicas para sala de aula e para os
estudos em casa. Em sala de aula:
1.
Ter um lugar (assento) preferencial que será indicado de acordo com
os exames e estratégias terapêuticas realizadas, com a finalidade
de melhorar o acesso do indivíduo à informação auditiva;
2.
Estar em salas com material que tenha boa capacidade de absorção
acústica, com o uso de materiais absorventes (carpete, tecidos e
placas de madeiras específicas a essa função) na parede, piso e
teto, evitando, assim, a reverberação (a reverberação deveria ser
uma preocupação importante no projeto arquitetônico da escola, mas
quase nunca ocorre);
3.
Sentar o indivíduo longe das paredes, portas e janelas. Manter
sempre as portas fechadas;
4.
Diminuir o nível de ruído dentro da sala de aula;
5.
As áreas de estudo e ou leitura devem ser silenciosas, livres de
distrações auditivas e visuais;
6.
O aluno deve ter acesso ao conteúdo das aulas com antecedência,
para se familiarizar de antemão com conceitos e novos vocabulários,
isso permite que preste mais atenção à aula do que às palavras
novas. Ou seja, seria a utilização do pré-ensino das informações
novas (que pode ser realizado através de filmes, palavras-chave,
entre outros);
Transtorno
do Processamento Auditivo
Programar
pequenos intervalos em que a atenção auditiva não seja solicitada
para evitar fadiga auditiva. Insistir no ensino de uma pessoa com
fadiga auditiva torna-se frustrante para o professor e para o aluno,
pois quem tem TPA despende mais esforço em prestar atenção e
entender a fala;
Em alguns casos, o sistema de FM pode seu útil. Sempre solicitar a
orientação do fonoaudiólogo que realizou o exame do Processamento
Auditivo Central e/ou do fonoaudiólogo da reabilitação auditiva.
Em
casa:
1.
Reduzir o nível de ruído nos locais de estudo (desligar o rádio e
a televisão);
2.
Sempre que possível, auxiliar seu filho nas atividades mais difí
ceis;
3.
Ter situações diárias de comunicação entre pais e fi lho(a). É
importante ter um tempo para ele (a), pelo menos 30 minutos, para que
ele(a) possa contar histórias, cantar músicas, descrever as
atividades do dia a dia e, nesse momento, evitar a televisão e o
rádio ligados em volume alto;
4.
É importante o desenvolvimento de tarefas diárias que promovam sua
resposta em voz alta, trabalhando com o reconhecimento de
palavras-chave e a compreensão do assunto trabalhado tanto nas
tarefas teóricas desenvolvidas em sala de aula ou das atividades
escolares;
5.
Seguir as orientações passadas pelo fonoaudiólogo que realizou o
exame do Processamento Auditivo Central e/ou do fonoaudiólogo da
reabilitação auditiva;
6.
Realizar os exercícios recomendados pelo fonoaudiólogo da
reabilitação auditiva.
Material
organizado por Silvana Bassani da Silva
Fonte:
Manual
de orientação: Transtorno do Processamento Auditivo – TPA
Pereira,
Kátia Helena Manual de orientação: transtorno do processamento
auditivo – TPA / Kátia Helena Pereira - Florianópolis: DIOESC,
2014. 62p.: il. color
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